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Domingo, 21 de julho de 2024

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Vendas de automóveis já sentem efeito da alta dos juros, mostra IBGE

O comércio varejista continuou apresentando crescimento mesmo com as medidas tomadas pelo governo para segurar o crédito e encurtar prazos de financiamentos.

O comércio varejista continuou apresentando crescimento mesmo com as medidas tomadas pelo governo para segurar o crédito e encurtar prazos de financiamentos. O volume de vendas cresceu 1,2% em janeiro, e a receita nominal avançou 1,1% no mesmo período, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


O gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do instituto, Reinaldo Pereira, explicou que a estabilidade de 0,2% das vendas em dezembro foi um resultado pontual, sem tendência de mudança para queda no volume de vendas, por enquanto.

Pereira lembrou, entretanto, que o governo tomou medidas macroprudenciais e elevou os juros, o que ainda poderá afetar as vendas varejistas.

'A alta ainda pode ser inércia do ano passado, devido ao crescimento de renda. Pode ser que, mais para frente, haja mais reflexo das medidas do governo para segurar a inflação e isso se reflita no comércio', disse.

Por enquanto, o único setor que já começou a apresentar efeitos do aumento dos juros foi o de atividades relativas a automóveis, motos e peças, por serem diretamente dependentes do crédito. Embora na comparação com janeiro de 2010 tenha havido um crescimento de 16,4%, em relação a dezembro houve queda de 7,1%.

'Essa queda pode ser um efeito das medidas macroprudenciais, porque houve aperto no crédito e trata-se de um setor que tem estrita relação com o crédito', explicou Pereira.

Além dos efeitos do crédito, o gerente do IBGE lembrou que, por se tratar de um período de férias, janeiro não é um mês em que há comumente muita venda de veículos.

E o resultado dos veículos influenciou diretamente o comércio varejista ampliado, que teve queda de 0,2% ante dezembro. O peso dos veículos é de 32% sobre o índice ampliado. A segunda maior influência é do setor de supermercados, com 31% de peso. O setor registrou avanço de 1,2% em janeiro, sobre o resultado de dezembro.

'Alimentação pode até sofrer um efeito substituição, com troca por marcas mais baratas, mas as pessoas não deixam de consumir, mesmo com aperto de crédito. Por isso o volume de vendas não cai', disse.

O setor de informática apresentou resultado negativo em janeiro, com um volume de vendas 5,1% menor do que em dezembro. Mas, de acordo com Pereira, não se trata do mesmo efeito percebido nos veículos. Trata-se mais de uma acomodação, porque toda série estava muito positiva.

'Os preços desses produtos continuam baixos, atrativos para a compra. É mais provável que seja uma acomodação da atividade, mas pode ter também alguma pequena influência do crédito', explicou.

Já o setor de móveis e eletrodomésticos concentra boa parte da demanda reprimida da população. Quando sobra alguma renda, as pessoas buscam trocar a geladeira ou sofá, por exemplo. Por isso, o setor apresentou alta de 2,7% em janeiro.

Além disso, é comum que se espere passar o período de Natal, em busca das promoções, o que pode sustentar o comércio desses itens, mesmo com o aperto no crédito.
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