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Terça-feira, 07 de maio de 2024

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antes do senado

Tímido, Taques afirma se sentir um "marciano infiltrado"

Ligeiramente rotulado como um dos ‘justiceiros do MPF’ quando ocupava o cargo de procurador da República do Ministério Público Federal, Pedro Taques (PDT), que agora ocupa cadeira no Senado...

Ligeiramente rotulado como um dos ‘justiceiros do MPF’ quando ocupava o cargo de procurador da República do Ministério Público Federal, Pedro Taques (PDT), que agora ocupa cadeira no Senado Federal, falou abertamente sobre alguns importantes momentos de sua vida ao Correio Brasiliense e se definiu como um ‘marciano infiltrado’ na terra.


A definição ousada é referente à timidez profunda que o parlamentar afirma ter. “Sou muito tímido, chego a ser quase sofrido”, confessa Taques, que descobriu recentemente um dos reflexos da excessiva vergonha, a fuga das fotos na infância.

“Parece que eu não existia. Às vezes, penso que sou um marciano que caiu aqui. Eu sou infiltrado.” revelou Taques que sempre fugiu das fotos, mas sente falta das memórias.

Confira a matéria na íntegra

Perfil Pedro Taques

Quando dona Eda soube que Pedro Taques deixaria uma carreira brilhante e o cargo vitalício no Ministério Público Federal (MPF) para tentar uma cadeira para o Senado, com apenas 3% das intenções de votos, ela passou uma semana sem conversar com o filho. Ficou chateada. Afinal, Pedro estudou tanto para ser procurador e largaria tudo para ir para o Senado. Mas raiva de mãe dura pouco. De crítica, dona Eda passou a militante do mandato do senador Pedro Taques (PDT-MT).

Agora, ela não perde um discurso do filho na TV Senado e, graças a Taques, a audiência das transmissões terá dias de glória. A nulidade da Lei da Ficha Limpa trouxe Jader Barbalho (PMDB-PA) de volta à cena pública. E, entre os telespectadores de boa memória e funcionários da Casa, é grande a expectativa para ver Taques e Barbalho reunidos na mesma arena: o plenário. Em 2002, ainda na pele de procurador, ele assinou o pedido de prisão que levou o paraense à cadeia, com direito a operação de captura e algemas no pulso. Em 2011, os meandros da democracia colocaram os dois frente a frente como colegas de mandato.

Após passar oito anos sob escolta policial graças ao séquito de inimigos que ganhou durante a atuação na “liga dos justiceiros” do MPF, o senador do PDT acostumou-se ao improvável e responde que não se importa em dividir espaço com colegas que não são exemplos de conduta pública. “Não preciso gostar da pessoa para trabalhar com ela. Estou sendo respeitado e respeito as pessoas aqui dentro”, resume. Em 15 anos no Ministério Público, ele ajudou a desbaratar organizações criminosas e prendeu bandidos poderosos, mas afirma que deixou a carreira de procurador com um misto de orgulho e decepção. Apesar dos feitos — como a prisão do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, o Comendador, chefe do crime organizado do Mato Grosso — promete ir atrás do “gol de ouro”, mas dessa vez por meio do Legislativo. Taques conta que o trabalho de procurador foi prejudicado por um sistema judicial e legislativo repleto de problemas. E com a fé dos parlamentares de primeiro mandato, aposta na política como “instrumento de transformação”.

O Taques senador ainda se esforça para ganhar veia política, mas disfarça e tenta vestir o personagem. Nas frases diretas e na aversão ao hábito eminentemente político de sorrir sem querer sorrir, ele se contradiz. “Eu sou político, mas sou contra vagabundos na política”, solta, com naturalidade. A vida partidária começou em 29 de março de 2010, quando escolheu o PDT, inspirado na plataforma da educação do senador Cristovam Buarque (PDT-DF). Agora, é o favorito para presidir o partido no Mato Grosso, a partir deste ano. Durante a campanha, amargou receber um telefonema gravado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pedindo votos para seu concorrente. Ironia do sistema de telemarketing.

Bilhete

Na contramão do corporativismo da Casa, defende o fim das emendas parlamentares individuais para recuperar a independência do Congresso perante o Executivo. Mas se a defesa do fortalecimento do Legislativo soa vazia dentro do próprio parlamento, na sala de aula valeu até o casamento de Taques. O senador, que também é professor em cursos de pós-graduação em Direito, encantou uma aluna ao explicar “como o Legislativo se transforma em carimbador”. A iniciativa do procurador famoso por mandar bandidos para a cadeia sumiu na hora da paquera e coube à ex-aluna mandar um bilhetinho elogiando o professor. “Sou muito tímido, chego a ser quase sofrido”, confessa Taques.

A conquista deu certo e professor e aluna estão juntos há cinco anos. Do primeiro casamento, o senador tem uma filha de 13 anos, por quem se derrete. Conta que a menina herdou seus hábitos e chega a ler 20 livros por ano. Diferentemente do pai, quer se dedicar à medicina, como neurologista. Recentemente, Taques fez uma incursão aos arquivos de foto de família e descobriu que não tem nenhum retrato da infância. Sempre fugiu das fotos, mas sente falta das memórias. “Parece que eu não existia. Às vezes, penso que sou um marciano que caiu aqui. Eu sou infiltrado.”

Josie Jerônimo – Coreio Braziliense
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