As empresas que desejarem ser madrinhas de jovens de comunidades pobres têm até 15 de maio para inscrevê-los no curso gratuito de formação profissional de programadores em software (programas de computador) Forsoft Rio. O projeto é uma parceria entre o Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do programa de promoção da excelência do software brasileiro Softex, a prefeitura do Rio de Janeiro e a Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e Internet regional Rio (Assespro-RJ).
O coordenador-geral do projeto, Ricardo Saur, disse hoje (25) à Agência Brasil que o novo Forsoft 2011 vem com a experiência dos erros e acertos do curso que foi lançado de forma experimental há cinco anos, por iniciativa do então ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, com a ideia de ser um modelo nacional de aprendizagem.
A proposta foi levada ao governo à época pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), que se incumbiu do gerenciamento do projeto até o ano passado. Os investimentos envolvendo recursos públicos e privados somaram R$ 8 milhões. No Forsoft 2011, a gestão passa a ser feita pela Assespro-RJ.
Saur disse que um dos erros contornados foi a adoção apenas do ensino à distância. A nova metodologia, já testada no Forsoft 2010, mescla aulas presenciais, com professores de tecnologia da informação (TI) em sala, com aulas virtuais.
A presença de monitores durante as quatro horas de aula diárias que são ministradas de segunda a sexta-feira, totalizando 20 horas por semana, foi, na opinião de Saur, o elemento importante para os ganhos em termo de aprendizado. “O aprendizado foi lá para cima”, disse. Ele afirmou ainda que uma frustração da primeira edição do Forsoft foi suprida agora: os futuros programadores vão receber aulas de inglês técnico. “É fundamental noções de inglês para um bom programador”.
Um acerto incorporado desde o início do projeto foi a obrigatoriedade, pelas empresas madrinhas, de recrutamento dos alunos ao fim do curso, afirmou. Ele também destacou a evolução do material de ensino para a melhor qualidade do aprendizado . “Outra coisa interessante foi o material desenvolvido. Esse foi um grande sucesso”, disse.
A gestão do modelo levou os organizadores a aprender o que fazer e o que não deveria ter continuidade. Outra descoberta foi que o curso em comunidades pobres não poderia ultrapassar a duração de seis meses, em função do elevado índice de evasão. “Curso de um ano em comunidade carente é um risco, porque a evasão é muito alta”, disse.
O material a ser usado no Forsoft 2011 é de propriedade do MCT. O projeto é direcionado para alunos de nível médio que tenham concluído o curso ou estejam no último ano. Os alunos poderão se inscrever no portal da prefeitura carioca, em data ainda a ser anunciada. A edição do ano passado teve 90 vagas, com três turmas de 30 alunos. O número de inscrições chegou a mil estudantes. O Forsoft 2010 formou 62 programadores, dos quais mais da metade foram contratadas. “As oito empresas que foram as madrinhas querem repetir [a participação] este ano”.
Ricardo Saur disse que a meta, em 2011, é atender 150 alunos. O Forsoft contribui para diminuir o problema de escassez de mão de obra para o setor de TI no país, na medida que apresenta um novo modelo de capacitação. “O cara que entra no curso já entra competindo por um lugar na empresa”. A participação gera também benefícios para a sociedade. “Você vê como aquilo mexe com a vida deles [alunos, da comunidade, da família”.
Saur enumerou, entre as principais vantagens para as empresas da contratação de alunos do Forsoft, o empenho do futuro programador e a qualidade do ensino. “A média de comparecimento é de 94% por hora de aula”. O Forsoft 2011 começará no dia 13 de junho e vai até 15 de dezembro.