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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Rio é o maior produtor de lixo por habitante do Brasil, segundo pesquisa da Abrelpe

Rio é o maior produtor de lixo por habitante do Brasil, segundo pesquisa da Abrelpe
O município do Rio de Janeiro é atualmente o maior produtor de lixo por habitante do Brasil. Segundo a pesquisa “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2010", divulgada pela Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) nesta quarta-feira (27), o carioca joga fora diariamente 1,861 kg de detritos, o que corresponde a 50% mais do que a média nacional - 1,213 kg.


A análise levou em conta os municípios com mais de 500 mil habitantes e a produção diária de resíduos sólidos urbanos, como lixo domiciliar.

Apesar de São Paulo ser a capital mais populosa do país, com mais de 11 milhões de habitantes, e em toneladas ser a campeã no ranking do lixo -13,5 t/dia-, não está entre as cinco cidades em que os habitantes mais produzem individualmente mais detritos no Brasil. Com quase o dobro da população do Rio, o paulistano gera 1,221 kg por dia.

Em segundo lugar está Brasília, com produção diária de lixo de 1,624 kg; Fortaleza, com 1,389 kg; Manaus, com 1,338 kg; e Salvador, com 1,318 kg.

Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe, atribui o resultado do estudo ao crescimento da renda das famílias.

- Atribuímos estes dados ao aquecimento da economia e ao aumento do poder aquisitivo da população. O fato de o Rio de Janeiro estar em primeiro lugar está ligado aos hábitos de consumo e à maneira como é feito o descarte do lixo.

A pesquisa revela ainda que a produção de lixo urbano cresceu 6,8% de 2009 para 2010, o que representa seis vezes mais do que o crescimento populacional no período. Segundo o estudo, o Estado que mais produz detritos por dia no país é São Paulo, com 55.742 t.

Para a doutora em Engenharia de Produção e membro do IPCC (sigla em inglês para Painel Intergovernamental de Mudança Climática da ONU), Suzana Kahn, a alta geração de detritos na capital fluminense está ligada à falta de incentivo à reciclagem.

- Estes números podem ser atribuídos à falta de estímulo à reciclagem e de uma infraestrutura adequada para destinar o lixo. Na Europa, há países onde há renda maior, mas não há tanta geração de lixo. Falta uma política de resíduos eficiente. A reciclagem ainda é baixíssima no Rio.

O professor e pesquisador da Coppe/UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), especialista em geração de energia elétrica a partir do lixo, Luciano Basto, defende uma divulgação maior da produção de energia por meio dos resíduos descartados.

- É necessária uma maior divulgação sobre a geração de energia através do lixo. Todos os materiais recicláveis podem economizar energia, gerar recursos financeiros e reduzir custos. Não adianta ir para a escola e investir em educação ambiental e aguardar 20 anos para vermos uma mudança. É necessário que os meios de comunicação divulguem mais isso para termos soluções rápidas.
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