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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Professor puxa fila de pedido de reajuste salarial em SP

Uma indicação do governo paulista de reajuste para os professores da rede estadual pode elevar a pressão de outras categorias do funcionalismo público por aumento salarial. Trabalhadores da Fazenda de São Paulo pleiteiam reajuste de até 50%, enquanto funcionários da saúde defendem acréscimo de 26% nos vencimentos. Na avaliação de Lineu Neves Mazano, presidente da Federação dos Sindicatos dos Servidores Públicos do Estado (Fessp-esp), entidade que reúne 58 sindicatos e que articula as negociações com o governo do Estado, o possível aumento aos profissionais da educação vai trazer "um despertar" em todas as categorias.


Segundo o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), há uma sinalização por parte do governo estadual de aumento de 36% para os funcionários públicos da educação. A porcentagem, no entanto, ainda não foi fechada e os professores continuam em negociação.

A notícia sobre o possível reajuste para os professores não deve provocar alterações na pauta dos sindicatos, mas alguns veem a medida como ânimo nas negociações deste ano. O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo (Sindsaúde-SP), Hélcio Marcelino, pede que a prioridade do governo não se atenha apenas à educação.

"Esse aumento (para os professores), se sair, dá ânimo. Mas entendemos que não só a educação tem de ser prioridade, a saúde também. Olha quantos problemas vemos de falta de atendimento e de falta de funcionários. Os salários são baixos", afirmou. A categoria reivindica 26% de aumento, valor que, segundo Marcelino, não repõe a perda salarial dos últimos quatro anos por conta da inflação, mas é simbólico tendo em vista o reajuste que o governador e seus secretários tiveram aprovados no final do ano passado - de 26,1%.

Fazenda

Os trabalhadores da Secretaria da Fazenda paulista têm a mesma opinião. A diretora-secretária-geral do Sindicato dos Funcionários da Fazenda do Estado de São Paulo (Sindfesp), Amábile Franco, disse que vê o indicativo de aumento para a educação "de forma positiva para o diálogo com o governo", mas quer reajuste também para outras áreas do funcionalismo.

"Nos dá força para que a gente lute junto com outros sindicatos", afirmou, com a ressalva: "Mas acredito que todo e qualquer aumento ainda é muito injusto diante desses anos de inflação e de perda salarial." O Sindfesp reivindica aumento de entre 30% e 50%.

Pessimismo

Já o Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) projeta um cenário pessimista. "Essa indicação apenas nos dá um norte para o que vem por aí: nada ou quase nada", disse o presidente da entidade, George Melão, em referência aos 36% pedidos pela Apeoesp. "O que o governo repassará para os professores nem repõe as perdas com a inflação", completou Melão.

De acordo com Lineu Neves Mazano, do Fessp-esp, o governo de Geraldo Alckmin tem mostrado disposição em discutir reajuste salarial, diminuindo uma política baseada em bônus nos vencimentos, e reestruturação administrativa. "Porém, nada disso está no papel, foi só falado pelo governo. E se não dá para confiar no que está escrito, imagine no que apenas foi falado", alerta.
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