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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Faltam médicos em hospitais e postos de saúde no interior do Brasil

Nos hospitais e postos de saúde do interior dos estados, os pacientes se frustram todos os dias. A procura por um especialista obriga os pacientes a longas viagens.


O motorista Dejocir mora em Itaituba, no Pará, e para chegar a Santarém são pelo menos seis horas de estrada. “O médico passou, disse que era para eu ir para Santarém, porque aqui não tinha como, disse que é caso de cirurgia”, conta Dejocir Pereira, motorista.

Um levantamento do Ministério da Saúde mostra que faltam, principalmente, anestesistas, neurologistas, neurocirurgiões, psiquiatras e pediatras.

Segundo o Ministério, a distribuição é desigual. A região sudeste concentra mais especialistas do que as outras quatro regiões juntas.

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Uma cidade no sul do país abriu um concurso público para preencher a única vaga para clínico geral. A vida pacata no interior gaúcho não atraiu um candidato sequer.

Em outro hospital, em Bragança, existe um centro de nefrologia que está há dois anos para ser inaugurado, mas isso não acontece por falta de médico. A direção da unidade diz que não consegue contratar um nefrologista mesmo oferecendo salário de mais de 35 mil reais. Enquanto isso, pacientes renais que dependem da hemodiálise têm que fazer tratamento longe de casa.

Imagens de equipamentos encaixotados e fora de uso são a parte visível do desequilíbrio entre o atendimento médico no interior na comparação com os centros mais desenvolvidos do país.

Se pagar salários altos e oferecer boas condições de trabalho não são suficientes para seduzir os profissionais, como atrair os médicos para o interior?

“A gente tem brigado muito pelo plano de carreira, porque é isso que fixa o médico no interior. Ele tem que ter perspectiva de ascensão profissional. Enquanto não tiver isso, um plano de carreira com base estadual, nós não vamos resolver o problema", João Gouvêa, Sindicato dos Médicos do Pará.

“No estado do Pará nós só temos 14 neurocirurgiões, inclusive alguns de hospitais regionais vieram de fora do estado. Então essa dissonância entre a realidade amazônica e a realidade do resto do país é um componente importante”, comenta Hélio Franco, secretário de Saúde do Pará.

De acordo com o Ministério da Saúde, o programa pró-residência, que pretende ampliar as residências médicas para formação de novos profissionais, distribuiu mais de duas mil bolsas desde 2009. O ministério analisa 60 projetos de incentivo a especialização de novos médicos.
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