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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Risco

Exposição a agrotóxico no estado é 900% maior que país

Viver em um estado que é potência agrícola significa que cada mato-grossense está exposto a 50 kg de agrotóxico todos os anos, índice 900% acima da média nacional, que registra uma exposição de 5,2 kg de defensivos agrícolas por meio de alimentos, água, ar e solo.


Perigo para a saúde e meio ambiente. Os dados são do Sindicato Nacional para Produtos de Defesa Agrícola (Sindage), que tomaram como base a utilização de agrotóxico nos estados brasileiros.

O fato é que a despeito das consequências ambientais e prejuízos certos para a saúde humana, o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo desde 2009, sendo Mato Grosso o campeão nacional.

No país, mais de um bilhão de litros de veneno foram pulverizados nas lavouras, de acordo com dados oficiais. Já no Estado conhecido como celeiro do mundo, são utilizados mais de 150 milhões de litros.

De acordo com a engenheira agrônoma Franciléia Paula de Castro, membro da ONG Fase, que trabalha com desenvolvimento sustentável, afirma que a situação de Mato Grosso é preocupante. “Sozinhos consumimos 150 milhões de litros na safra 2009/10”. Franciléia Paula afirma que o consumidor precisa saber dessa informação para se precaver.

Afinal, segundo ela, “o que acontece é um envenenamento gradual, e não imediato, mas que pode trazer consequências daqui 20 ou 30 anos. Podem, sim, gerar doenças e a grande parcela da população não tem consciência disso”, afirmou.

Os produtos aplicados no campo afetam não só o trabalhador ou o solo, mas chegam às mesas da população.

A agrônoma esclarece que os agrotóxicos contaminam a produção dos alimentos que comemos e a água que bebemos, em poços artesianos, dos rios, dos lagos, das chuvas e dos lençóis freáticos.

O presidente da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), Rui Ramos, afirmou que não é possível eliminar o uso de defensivos agrícolas em escala comercial, pois não há tecnologia suficiente para isso, e sim utilizar produtos com todos os critérios.

Mas ao contrário do que afirma o representante da Famato, a agrônoma garante que há, sim, como conciliar os orgânicos, aqueles produzidos com responsabilidade social e ambiental, com produção em larga escala.

“Então esse argumento já não tem mais nos convencido. O problema é que as grandes propriedades só se preocupam com o lucro e não com a saúde. O descaso no campo chega a nossa mesa”, finalizou Franciléia de Castro.
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