O principe jordaniano Ali Bin Hussein, vice-presidente e membro do comitê executivo da Fifa, afirmou nesta terça-feira que vai tentar encontrar uma solução para o problema da seleção feminina de futebol do Irã, que foi proibida disputar uma partida por estar usando o véu islâmico.

As atletas iranianas foram impedidas de entrar em campo na sexta-feira, minutos antes de disputar um jogo contra a seleção da Jordânia pelas eliminatórias da Olimpíada de Londres, que acontecerá em 2012.

"Trata-se de uma questão importante que vou levantar junto com a Confederação asiática de futebol (CAF) e a Fifa. Trabalharemos juntos por encontrar uma solução que respeite tanto as regras do jogo quanto a cultura" do país, declarou à AFP Bin Hussein, meio irmão do rei Abdullah II, que assumiu o cargo na Fifa na última quarta-feira.

"O futebol representa equidade e respeito e tenho certeza de que vamos encontrar uma solução. Estou determinado a levantar todas as questões relevantes para garantir que todas as mulheres possam jogar no nosso continente (asiático)", afirmou.

De acordo com Mustapha Mosleh Zadah, embaixador do Irã na Jordânia, "esse assunto é mais político do que esportivo, e pedimos que a Fifa volte atrás dessa decisão imediatamente".

"Trata-se de uma violação dos direitos humanos e de todas as normas internacionais e olímpicas", completou, reiterando sua intenção de registrar uma queixa contra a entidade.

O embaixador ainda se mostroue preocupado com "tentativas de misturar política, religião e esporte". Segundo ele, "ao insistir em impor restrições indumentárias, a Fifa pode acabar fazendo com que muitas mulheres de países árabes e muçulmanos desistam de praticar o esporte".

A lei iraniana obriga todas as mulheres a cobrir o corpo, da cabeça aos pés. As atletas jogam de agasalho e ainda usam um véu, o hidjab.