Não foram necessários mais do que 20 minutos para a família e a defesa do estudante Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz, espancado até a morte por seguranças do Goiabeiras Shopping em 2009, entrasse em acordo com o estabelecimento quanto ao valor da indenização a ser paga aos familiares da vítima. Para evitar que a quantia acordada fosse divulgada, a audiência foi suspensa a pedido de ambas as partes.

A família havia pedido, inicialmente, um montante de R$ 3,5 milhões por danos imateriais e morais ao Goiabeiras. No início do julgamento, feito aos sussurros, a defesa do shopping apresentou a propostas de conciliação à defesa da família por meio de um bilhete. O advogado se retirou da sala com a mãe e os irmãos da vítima para discutir a proposta e retornou com a resposta positiva.

Selado o acordo, os advogados solicitaram que os valores não fossem divulgados. Mas o juiz da 7ª Vara Cível de Cuiabá, Elinaldo Veloso Gomes, informou que como não se trata de segredo de Justiça, a ata da audiência seria posteriormente divulgada na internet com o conteúdo da decisão. Ambas as parte, então, solicitaram a suspensão do julgamento.

A mãe do estudante assassinado em 2009, Odaísa Santos Queiroz, visivelmente emocionada, assistiu ao rápido julgamento de cabeça baixa e em alguns momentos não conteve o choro. Ela apertava um pano com as mãos, mostrando nervosismo, e poucas vezes olhou para o lado oposto da mesa, no qual estava a defesa do shopping.

Ao sair da audiência, Odaísa Santos Queiroz afirmou que nenhum dinheiro do mundo paga uma vida. Segundo ela, a dor da perda do filho ainda é muito presente. Pelo menos, de acordo com a mãe de Reginaldo, o julgamento não demorou muito, pois quanto mais se arrastasse, mais dolorido seria.