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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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Processo de furto de pertences das vítimas do acidente da Gol já tem audiência marcada

A audiência com uma das testemunhas do furto de pertences das vítimas do acidente do Voo 1907 da Gol já tem data marcada. A oitiva será realizada em Brasília, no dia 23 de agosto, às 15 horas, na 20.a Vara Federal. A tragédia ocorreu em 2006 quando o jato Legacy, pilotado pelos norte-americanos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, colidiu com o Boeing da Gol, deixando 154 mortos.


A testemunha é o familiar Maurício Saraiva, que perdeu a sua companheira na tragédia e, alguns dias após o acidente, antes mesmo de o corpo ser encontrado, recebeu uma ligação do celular da esposa. “Chamaram-me de Pretinho, que era como ela me chamava. A pessoa, do outro lado da linha, disse que havia recebido o celular para consertar, lá no Rio de Janeiro”, afirmou. Ele ainda diz que resgatou o celular e tem o aparelho guardado até hoje.

O resgate dos corpos era responsabilidade do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), presidido na época pelo Brigadeiro Jorge Kersul Filho. Uma série de problemas em relação ao furto de pertences das vítimas, entre outras questões, levou a discussões na CPI do caos aéreo, instaurada um ano após o acidente. Nesses debates os familiares das vítimas pediam a investigação e Kersul declarou que pessoas estranhas tiveram acesso ao local do acidente, incluindo os próprios familiares e índios da Floresta Amazônica, local onde o avião caiu.

Vários familiares reclamaram os pertences e objetos pessoais das vítimas. Rosane Gutjahr, viúva de Rolf Ferdinando Gutjahr, diz que recebeu documentos em papel do marido, mas que objetos de valor e muito mais resistentes do que papel não voltaram. “Não quero os objetos do meu marido pelo valor material mas, sim, pelo emocional, pelo que o meu marido significava pra mim”, desabafa.

Brigadeiro também está envolvido em outro processo

Além da polêmica sobre o roubo dos pertences, durante o processo criminal movido contra os pilotos, a Justiça Federal determinou a apreensão da aeronave Legacy e também nomeou o Brigadeiro Kersul como fiel depositário das partes do jato. Contrariando a decisão da Justiça, o então chefe do CENIPA entregou os equipamentos do Legacy à empresa fabricante do avião, ExcelAire, representada no Brasil pelo oficial Sérgio de Almeida Sales.

O oficial da Aeronáutica também foi testemunha do processo criminal contra os pilotos em janeiro deste ano, onde relatou “falta de memória” em vários momentos da oitiva e pouca cooperação à acusação. Apesar disso, Kersul foi promovido ao cargo de Comandante do 6.º Comando Aéreo Regional (Brasília/DF), uma das mais altas funções da Aeronáutica. A promoção aconteceu em março deste ano.



Perfil Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 1907



A Associação foi fundada em 18 de novembro de 2006, na cidade de Brasília, no Distrito Federal, com o objetivo de reunir e organizar os familiares e amigos das vítimas do acidente aéreo voo 1907, da empresa Gol Linhas Aéreas Inteligentes S/A, para lutar pela defesa de todos os direitos e interesses dos que sofreram com a morte de entes queridos. Além disso, a Associação exige a apuração em todas as esferas administrativas e judiciais (cível e criminal) das causas que levaram à queda do avião, ocorrida no dia 29 de setembro de 2006, da mesma maneira que auxilia os familiares das vítimas a obter junto ao poder público e aos responsáveis pelo evento, todas as informações pertinentes sobre o sinistro, bem como obter o reconhecimento de seus direitos. É possível manifestar apoio seguindo o microblog Twitter no endereço @190_milhoes e também no Facebook em http://milhoes.de.vitimas.
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