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Quarta-feira, 31 de julho de 2024

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Sob Obama, EUA convidam Irã para discutir programa nuclear

Os Estados Unidos e outros cinco países --Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China-- convidaram o Irã para participar de uma reunião a respeito do programa nuclear do país. É a mais nova demonstração da guinada que o governo americano tem dado, sob Barack Obama, no tratamento dispensado ao Irã.


Nesta quarta-feira, após uma reunião de altos diplomatas, em Londres, os EUA assinaram --ao lado das outras nações dispostas a tratar do assunto-- um comunicado no qual dizem que o Irã deve "aproveitar essa oportunidade e se comprometer seriamente com todos os envolvidos, em um espírito de respeito mútuo".

O convite para as negociações será feito a Teerã pelo chefe da diplomacia europeia, Javier Solana, em reunião bilateral, nas próximas semanas.

O Irã comemora, nesta quinta-feira (9), o Dia Nacional Nuclear. A expectativa é a de que o presidente, Mahmoud Ahmadinejad, aproveite a ocasião para anunciar um novo avanço do país no processo de produção de combustível nuclear.

O Ministério de Relações Exteriores do Irã ainda não comentou a iniciativa de negociar a interrupção do projeto, mas, em discurso transmitido ao vivo pela rede de TV estatal do Irã, Ahmadinejad já deu sinais de que poderá aceitar o convite à diplomacia. "Estendemos a mão [à oferta dos EUA] desde que ela seja realmente e verdadeiramente baseada na honestidade, justiça e respeito", afirmou o presidente.

"Obviamente, nós acreditamos que buscar, com cuidado, um compromisso em uma série de assuntos que afetam nossos interesses e os interesses do mundo com o Irã faz sentido. Não há nada mais importante do que convencer o Irã a interromper seus esforços de obter uma arma nuclear", disse a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, em Washington.

"Se o Irã aceitar, esperamos que seja uma ocasião na qual irá se comprometer seriamente com quebrar obstáculos dos últimos anos e trabalhar de maneira cooperativa para resolver as importantes preocupações internacionais relacionadas ao programa nuclear", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano Robert Wood. "Qualquer mudança sairá do esforço conjunto de todos, inclusive do Irã."

Nos últimos anos, a política americana era de não falar com o Irã sobre o programa nuclear enquanto Teerã insistisse em manter os trabalhos de enriquecimento de urânio que, para os EUA, visam a construção de uma bomba nuclear --o governo de Ahmadinejad diz que o seu objetivo é gerar eletricidade.

O último presidente dos EUA, George W. Bush (2001-2008), considerava o Irã líder do 'eixo do mal' --grupo de países que, conforme ele, fomentava o terrorismo. Em 2008, a gestão de Bush chegou a comparecer a uma reunião a respeito do programa nuclear iraniano, mas sem demonstrar um envolvimento efetivo.

O Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) já impôs três sanções contra Teerã por declinar os seus pedidos de interrupção do programa nuclear. Parece estar em jogo a chance de o Irã parar os trabalhos em troca de a ONU descartar novas sanções.


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