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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Shopping de Brasília tem exposição de facas e adagas artesanais

Facas, adagas e lâminas artesanais estão em exposição até domingo (26) em Brasília. É a Mostra de Cutelaria, realizada no shopping Casa Park. O público pode conhecer 50 peças de cuteleiros de todo o Brasil e de alguns estrangeiros. Os objetos foram cedidos por um colecionador.


Na mostra estão em exposição, por exemplo, adagas e facas produzidas com uma técnica milenar conhecida como Aço Damasco. A liga é composta de no mínimo 99% de minério de ferro, o restante é de carvão vegetal. Nas empunhaduras, madeiras raras e chifres de animais.

Uma lâmina de qualidade pode consumir até 48 horas de trabalho e ser vendida por até U$ 6 mil. "Na Europa e nos Estados Unidos, a cutelaria talvez movimente mais dinheiro do que a joalheria. Porque a cutelaria é de certa forma a joalheria dos homens", conta o curador da exposição, o professor da Universidade de Brasília (UnB) e presidente da Sociedade Brasileira dos Cuteleiros, Milton Hoffmann.

Ele dará palestra gratuita no shopping sábado (25), às 16h, sobre a história da arte de fabricar instrumentos de corte. "O mundo não teria chegado onde chegou se não fossem as lâminas, e a mostra é uma maneira de mostrar isso pra sociedade", diz ele.

Hoffmann começou a se interessar pelo assunto e trabalhar com cutelaria no fim dos anos 80. Hoje, é professor de um curso de extensão semestral sobre o tema na UnB. Em 15 edições, o curso já formou 180 cuteleiros artesanais e deve ganhar uma sala própria no Instituto de Artes da universidade até o fim de julho. "Hoje, Brasília é um pólo, talvez o maior, de formação de cuteleiros do Brasil", afirma Hoffmann.

"Síndrome de Highlander"
O perfil dos aprendizes de cutelaria que passam pelo curso é variado. Juízes, engenheiros, universitários e principalmente profissionais próximos da aposentadoria brigam pelas 12 vagas disponíveis, mas nem todos transformam a arte em profissão.

"Boa parte deles não prossegue, porque chegam com uma ideia de que é um negócio fácil, de que vão montar uma oficina para fazer uma espada. É o que a gente chama de 'síndrome de Highlander'. Só que o curso é básico, vai ter que fazer e errar muito até conquistar a maestria. Não é um ofício tranquilo, exige muita dedicação", afirma ele.

Parte da dificuldade da profissão está na montagem da oficina. "Muitos dos instrumentos que a gente usa não têm por aí pra vender, e muitas vezes você tem que fabricar o próprio equipamento", conta o professor.

Mesmo assim, de acordo com Hoffmann, o país já é reconhecido no mercado internacional do ramo, tendo nomes de ponta procurados por colecionadores estrangeiros. "Tem um rapaz do Espírito Santo, um gênio, que vai se mudar para Abu Dhabi porque um sheik resolveu montar para ele uma oficina só para produzir facas que ele dará de presente", relata ele.

A exposição é gratuita e vai de 10h às 22h no sábado e de 12h às 20h no domingo.
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