A Secretaria de Estado de Saúde (SES) definiu, por meio de “Chamamento Público” e por R$ 39,8 milhões, a Sociedade Beneficente São Camilo para gerir o Hospital Regional de Rondonópolis, sendo R$ 37,8 milhões para administração e R$ 2 milhões de investimentos na unidade hospitalar. Os dados foram publicados hoje, no Diário Oficial do Estado.
A Organização Social (OS) é sediada em São Paulo, sendo mantenedora de 27 hospitais, quatro clínicas e um plano de saúde, distribuídos por Minas Gerais, Amapá, Piauí, Pará, Ceará, Maranhão e Espírito Santo, além do Estado sede. A Sociedade Beneficente São Camilo teve início em 1923, com serviço assistencial gratuito. Em 1932 construiu a Policlínica São Camilo, que 30 anos depois deu lugar ao atual Hospital e Maternidade São Camilo Pompéia.
É o terceiro “repasse” do governo do Estado de unidades vinculadas à SES, para gestão por meio de OS’s. O primeiro foi o Hospital Metropolitano de Várzea Grande, por R$ 31 milhões, cujo vencedor foi o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas). Este, também venceu outro chamamento para implantação e gerenciamento da Central Estadual de Abastecimento de Insumos de Saúde (Ceadis) – cujo valor ainda não foi divulgado oficialmente.
Também está na lista do secretário Pedro Henry repassar para OS’s os hospitais de Sorriso, Cáceres e Alta Floresta, além do Hospital Municipal de Sinop, que recentemente foi aprovado pela Comissão Municipal de Saúde a cessão do prédio para o Estado definir a gestão. Cerca de R$ 10 milhões foram definidos em convênio para equipar a unidade em Sinop, o que deve acontecer até o final do ano.
Entidades de classe, como o Conselho Regional de Medicina (CRM), consideram que a entrega da gestão dos hospitais regionais às Organizações Sociais é um “golpe de misericórdia” na sucateada saúde pública de Mato Grosso. O Sindicato dos Médicos também é contra a terceirização das unidades hospitalares. No entanto, Henry ganhou o “aval” da Justiça e do Tribunal de Contas da União (TCU) para implantar o novo modelo de gestão.
