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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Detentos ajudam na obra de construção do Mineirão em BH

A partir desta quinta-feira (30), a obra do estádio Governador Magalhães Pinto, o Mineirão, vai ganhar 18 novos trabalhadores. Parece pouco para uma obra tão grande, mas estes são detentos do sistema prisional de Minas Gerais, que vão se juntar a outros 10 que já trabalham no local.


A contratação de presidiários obedece a uma Lei Estadual que prevê a reserva de 10% das vagas de trabalho para detentos em obras públicas. Pelos trabalhos prestados, eles vão receber um salário mínimo, cesta básica e a cada três dias trabalhados, eles têm um dia da pena reduzida.

Um dos detentos que trabalha na obra, Reginaldo Ferreira, explica que o presidiário precisa apenas de uma chance de mostrar que aprendeu com o crime. “Meu filho veio aqui me ver e ficou todo orgulhoso. Este é o primeiro emprego que consigo desde que fui preso. Fui preso algumas vezes porque não tinha oportunidade. Está sendo maravilhoso”, disse.

O secretário de Estado de Defesa Social de Minas Gerais, Lafayette Andrade, explicou que uma comissão das unidades prisionais seleciona os detentos que vão trabalhar. “Aqui nesta obra foram escolhidos os que já tinham tido redução de pena e estão cumprindo pena de regime semiaberto. A comissão escolhe através do comprometimento em longo prazo. Tem que ter aptidão para atividades de obra”, afirmou.

Os presos vão trabalhar como eletricistas, carpinteiros, serventes de obra e em outras áreas da construção civil. Eles também vão poder participar de um programa escolar para concluir o ensino médio e de um curso de capacitação na área de construção civil.

Agnaldo Soares Nunes, de 43 anos, já trabalha na obra há um mês e disse que esta foi uma boa oportunidade para se reintegrar a sociedade. “Fui preso por tráfico de drogas e porte de arma. Depois disso, as pessoas não confiam mais. Só porque cometi um crime, não quer dizer que vou fazer de novo”, disse.

A coordenadora social da obra, Maria Aires, disse que os 10 detentos que trabalham na obra se adaptaram muito bem. “Eles estão sendo elogiados pelos encarregados. Eu fui até a penitenciária e vi que eles estavam dispostos. A adaptação está muito boa”, afirmou.

Com os 18 presos que começam nesta quinta-feira (30), a obra passa a ter 28 operários vindos de penitenciárias. O objetivo, segundo a assessoria da Seds, é chegar a 200 detentos. Todos cumprem pena na Penitenciária José Maria Alkimin, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
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