O Governo do Estado de Mato Grosso já negociou com 20 categorias que ameaçavam ou entraram efetivamente em greve. A última ‘pendência’ resolvida foi com os professores, que voltam ao trabalho nesta terça-feira (4). Apenas três carreiras seguem em greve, os servidores da Secretaria de Meio Ambiente (Sema), do Departamento de Transito (Detran) e os investigadores e escrivães.
De acordo com o secretário de Administração do Estado, César Zílio, o governo está fazendo um esforço superior ao de outras unidades da federação na negociação com os sindicatos e cede maior aumento aos servidores do que é pago na iniciativa privada.
“A Sema, por exemplo, tem o quinto maior salário do Brasil. A média paga aos servidores lá é de R$ 4 782. O Estado faz um esforço que transcende ao feito por outros e estamos dando aumentos maiores dos que os concedidos pela iniciativa privada. As empresas privadas não dão aumentos maiores de 1 e 2% aos funcionários”, argumenta.
Na semana passada investigadores e escrivães da Polícia Civil ‘pararam’ as atividades solicitando reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Sem previsão de voltarem a ativa, apenas 30% do efetivo deve trabalhar e somente casos de prisão em flagrante, retirada de corpos de vias públicas e residências e transferência de presos serão mantidos, com isso, as investigações ficam comprometidas.
Segundo apurou o
Olhar Direto, a Saúde é outro setor que está parcialmente paralisado. Apenas 30% do efetivo está trabalhando nos atendimentos ambulatoriais e a única área que não parou foi o de urgência e emergência, as cirurgias eletivas também estão suspensas. Os médicos estão manifestando contra a contratação de Organizações Sociais para gerenciarem os Hospitais Regionais do Estado, pois ‘terceirização’ da saúde vai contra a reivindicação da classe, que busca a implantação do Plano de Cargos Carreira e Salários (PCCS).
Servidores da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) suspenderam os serviços sem previsão de retornarem ao trabalhos e defendem reajuste salarial.
Além disso, professores e técnicos administrativos das escolas técnicas estaduais entraram em greve a partir desta segunda-feira (04). Serão paralisadas as unidades de Diamantino, Rondonópolis, Alta Floresta, Tangará da Serra, Barra do Garças, Sinop. Os poucos servidores de carreira da Secretaria de Ciência e Tecnologia (Secitec) também devem aderir ao movimento. Eles também reivindicam a implantação do PCCS.
O setor em que o governo mais enfrentou resistência foi na educação. Professores e profissionais da rede estadual ficaram quase trinta dias com os ‘braços cruzados’. A categoria reivindicava piso salarial de R$ 1.312,00, a convocação imediata dos concursados e a disponibilização de mais verba para a educação e acabou cedendo a proposta do Governo.
Na tentativa de conter a paralisação o Governo do Estado, conseguiu através de uma decisão do Tribunal de Justiça suspender a greve, mas algumas escolas continuam sem aulas até esta segunda-feira (3). Nos primeiros dias de greve cerca de 450 mil alunos das 724 escolas estaduais de Mato Grosso ficaram sem estudar.
Segundo Zílio, apenas 3 mil servidores, dos 94. 647 mil, estão paralisados. Os aumentos concedidos e os diálogos com as categorias são fruto da política de valorização dos servidores. “Uma característica deste governo é não ir para o enfrentamento. Nós sempre buscamos o diálogo”, resume.