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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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máquina quebrada

'Não consigo sepultá-lo', diz mãe em MS que espera DNA para enterrar filho

Há mais de um mês, a dona de casa Tânia Maria de Jesus, 49 anos, aguarda liberação do corpo do filho Maurício de Jesus Sales Leandro, 31 anos, que está no Instituto Médico Odontológico Legal (Imol) de Campo Grande por ter sido carbonizado em um acidente.

Há mais de um mês, a dona de casa Tânia Maria de Jesus, 49 anos, aguarda liberação do corpo do filho Maurício de Jesus Sales Leandro, 31 anos, que está no Instituto Médico Odontológico Legal (Imol) de Campo Grande por ter sido carbonizado em um acidente. A demora se deve, segundo o instituto, à identificação da vítima, que não pode ser feita porque a máquina que faz os exames de DNA está quebrada há mais de 20 dias.


Leandro, segundo a mãe, voltava de São Gabriel do Oeste para Campo Grande pela BR-163 no último dia 5 de junho. O carro em que viajava, acompanhado pela namorada, bateu em uma carreta bi-trem e pegou fogo. Os dois ocupantes morreram.

Tânia conta que o enterro está “emperrado”. Com o problema na máquina, o Imol está impossibilitado de fazer o reconhecimento e entregar o corpo à família. “A gente fica muito triste com isso. A gente nem sepultou ele. Já mandei fazer um monte de fotos para colocar no caixão”, diz a mãe. “Fico com a lembrança e não consigo sepultá-lo”, reclama.

Manutenção
O aparelho, chamado sequenciador genético, fica no Instituto de Análises Laboratoriais Forenses (Ialf). Junto com o Imol e outros setores compõe o Instituto de Perícias de Campo Grande.

Segundo o coordenador geral de perícias Alberto Dias Terra, uma das peças da máquina quebrou no último dia 15 de junho e há dificuldades para fazer a substituição. Trata-se do único sequenciador do setor público de Mato Grosso do Sul.

“A manutenção é feita por técnicos de outro estado. Nós já tomamos todas as medidas para viabilizar a troca. O processo é burocrático porque o dinheiro para a manutenção do equipamento é do poder público. Apesar disso conseguimos agilizar os procedimentos”, garantiu o coordenador.

Contudo, Terra explica que existem outros métodos de identificação antes de usar o sequenciador genético, tais como reconhecimento da família, análise de impressões digitais e da arcada dentária. O DNA é a última opção, mas no caso de Leandro, a carbonização dificultou os trabalhos e nenhuma dessas técnicas funcionou.

Terra afirma que os técnicos responsáveis pela troca estarão em Campo Grande na próxima semana. “A manutenção deve durar de um a dois dias”, diz o coordenador.

Demanda parada
A conclusão do caso do feto encontrado no rio Anhanduí, em Campo Grande, no último dia 7 de junho também foi prejudicada com o problema no aparelho. A Polícia Civil já tem uma suspeita, mas sem a identificação, as investigações não podem ser encerradas.

Terra explica que, além dos inquéritos policiais, o sequenciador do Ialf é o único que atende às demandas públicas em Mato Grosso do Sul, incluindo as do poder Judiciário. Isto significa que, com a quebra, comprovações de paternidade, entre outros procedimentos, estão paradas no estado.
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