Se o senador Pedro Taques (PDT/MT) tivesse o poder da caneta da presidente Dilma Rousseff na mão, o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, já teria sido demitido definitivamente ao invés de só estar de molho.

A afirmação foi feita a jornalistas nesta sexta-feira (15/7) no escritório do parlamentar em Cuiabá. Questionado sobre o fato de Pagot ter sido apenas afastado do cargo em razão das denúncias de sua participação no suposto ‘Mensaslão do PR’, enquanto goza período de férias, Taques foi taxativo.

“Cabe à presidente da república manter ou não o diretor do Dnit. A presidente o afastou porque ela sabe alguma coisa. Eu não o manteria. Não interessa se é do Estado, se é do partido tal. Um senador da república na fiscalização não pode proteger os amigos e atrapalhar os inimigos”, declarou.

Durante conversa com jornalistas para apresentar o resultado de sua atuação parlamentar no primeiro semestre do ano, Pedro Taques disse que não faz pré-julgamento a respeito das denúncias e do depoimento e defendeu o aprofundamento das investigações.

“Existem vários relatórios no Tribunal de Contas da União (TCU) que dão conta da obstrução por parte do Dnit de entrega de documentos. Eu citei vários acórdãos e ele não respondeu. E também citei o sobrepreço e ele não respondeu. Já fiz mais um requerimentos de informações ao Tribunal de Contas”, informou Taques.

Pedro Taques confirmou informações que circulam entre os senadores de que possa ter havido para que o depoimento de Luiz Antonio Pagot preservasse nomes do governo e afirma que há um clima de desconfiança no ar.

“Eu não tenho prova disso, mas conversa no Senado é que existiu acordo entre governo. Eu não fiquei satisfeito com o depoimento. Temos que investigar e comprovar. Não vou pré-julgar”, reiterou.