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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Moradores do Centro-Oeste contam como enfrentam o tempo seco

Foto: Divulgação

Moradores do Centro-Oeste contam como enfrentam o tempo seco
Dez estados e o Distrito Federal estão em alerta por conta dos registros de baixa umidade do ar nesta terça-feira (16). Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de que a baixa umidade continue até sexta-feira (19), principalmente na região Centro-Oeste. Nesta segunda-feira (15), a baixa umidade do ar chegou a níveis semelhantes aos de deserto, que possui uma média entre 10% e 15% de umidade. Em Cuiabá, a umidade do ar caiu para 12% durante a tarde e, em Brasília, a umidade chegou a 10%.


O G1 conversou com moradores de Brasília, Campo Grande, Cuiabá e Goiânia para descobrir quais as estratégias para suportar o tempo seco.

Apesar de a Defesa Civil recomendar que sejam evitadas atividades físicas nos períodos mais quentes do dia, o casal Bruno Romanha, de 21 anos, e Marina Damaseca, 22, praticava exercícios no início da tarde desta terça-feira no Parque da Cidade, em Brasília. Romanha disse que o tempo seco não mudou sua rotina de atividades, mas acentuou suas crises alérgicas.
“Minha pele fica com muitos sinais de alergia nesse tempo. No entanto, vim caminhar no parque do mesmo jeito”, afirmou.

A esportista Ana Maria Hipólito, de 33 anos, disse que já ficou doente por causa do tempo na capital federal. “Tive gripe e irritações na garganta por causa da seca, mas isto não me impediu de continuar treinando”, declarou. Ela costuma jogar vôlei no Parque da Cidade durante as tardes.

Já o praticante de corridas Marcos Aurélio, de 41 anos, preferiu mudar sua rotina com a chegada da época de baixa umidade. Ele diminuiu a intensidade das corridas e passou a tomar mais água, para se manter hidratado. “Eu me poupo no treino, bebo muita água antes e depois da corrida. Para quem não tem costume [de correr], deve ser mais complicado”, disse.

Em Goiânia, a motociclista Karla Cristina de Jesus Alves precisa se expor ao sol em um dos horários mais quentes do dia para conseguir chegar ao trabalho até 13h. Para amenizar os efeitos do tempo seco, Karla Cristina usa, além do capacete, uma blusa de frio. Ela conta que sofre muito com a baixa umidade do ar, fica com a pele seca e o nariz chega a sangrar. “A cabeça também dói, o corpo fica mole e dá uma fadiga. Fica ruim até de respirar”, ressalta a estudante.

Segundo Karla, para dormir melhor, ela e a família têm o hábito de espalhar toalhas molhadas e bacias com água durante a noite, além de usar o umidificador de ar.

Sombrinha e água fresca
Moradora de Cuiabá, Otília Maria Ramos anda sempre com a sombrinha nas mãos para enfrentar o calor. Segundo o 9° Distrito de Meteorologia, ligado ao Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), no início desta tarde a umidade relativa do ar no centro de Cuiabá ficou em torno dos 15% e a temperatura chegou a 38ºC. O menor percentual de umidade relativa do ar foi registrado na tarde de segunda-feira (15), quando a umidade chegou a 12% na capital.

“Sempre que eu vou sair no sol, eu uso a sombrinha e também não saio de casa sem protetor solar”, afirmou Otília. Ela diz que toma muita água para hidratar e também ingere alimentos leves, como frutas.

Em Campo Grande, a aposentada Maria Aparecida, de 60 anos, também tentou usar uma sombrinha para proteger do sol a neta Maria Luiza, de 2 anos. “As crianças são as que mais sofrem com esse tempo. O nariz fica entupido e a tosse também incomoda um pouco”.

Água e suco para hidratar
Quando as temperaturas ficam altas, Daniel Gomes Benelli afirma que vende rapidamente o estoque de água. Em meio período, ele chega a vender 150 copos de água pelas ruas do centro de Cuiabá. “Sai muito mais rápido. Quando está calor, o que eu vendia em um dia inteiro de trabalho, eu vendo em apenas meio período”, explicou.

Em Campo Grande, a vendedora Aparecida Margareth, 52 anos, também aproveitou o tempo seco para lucrar. Ela vende água, refrigerante, suco e sorvete na Praça Ary Coelho, região central. O aposentado Raimundo Pires, de 80 anos, optou por tomar um sorvete para tentar amenizar o calor. Ele foi ao banco e, antes de pegar o ônibus para voltar para casa, decidiu se refrescar na praça. “Procurei uma sombra para sentar e tomar um sorvetinho. Tá muito quente e muito seco hoje”.

Já a vendedora de 19 anos, Bianca Janaína, também de Campo Grande, aproveita o seu horário de intervalo na loja para tomar um suco de fruta natural. “Todos os dias tomo um suco de fruta porque é muito bom para hidratar. Ás vezes, escolho laranja, hoje escolhi um suco de pêssego. Esse tempo é muito ruim, porque o nariz fica todo ressecado”.

O indígena Ayrton Júlio, 59 anos, nasceu em Miranda, a 203 quilômetros de Campo Grande, na aldeia Cachoeirinha, e garante que já se acostumou com o tempo quente. “Com o calor eu já estou até acostumado, mas esse tempo sem chuva está judiando. Fui ao banco fazer um depósito e, quando saí, aproveitei para comprar uma água e achar uma sombra”.

Baixa umidade
Segundo a escala usada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal é de 60%. A umidade entre 60% e 30% é considerada aceitável. Abaixo de 30% e acima de 20% já representa 'estado de atenção'. Abaixo de 20% representa 'estado de alerta'. Quando o nível de umidade relativa do ar fica abaixo de 12%, entra em 'estado de emergência'.

A baixa umidade pode causar problemas à saúde. Nesta condição, as pessoas ficam mais sujeitas a complicações alérgicas e doenças respiratórias, além de sofrer com sangramento de nariz, ressecamento da pele e irritação nos olhos.
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