Em Vila Velha três crianças dão verdadeiras lições de vida. Apesar das adversidades, meninos portadores de deficiência se divertem, fazem amizades e estudam com muita alegria. Para ajudar, três escolas públicas do município são muito bem adaptadas às necessidades especiais de cada um.
Em um dos colégios, o pequeno Mateus de Jesus, de 8 anos, é portador de deficiência física e se locomove por cadeira de rodas. Na escola em que estuda, ele encontra rampas, elevadores especiais e especialistas para auxiliá-lo. Além disso, conta com um instrumento essencial para tocar a vida: a amizade.
"O Gui é o meu melhor amigo, depois da aula, eu vou pra casa tomar um banho rápido, pra me arrumar e ir pra casa dele. A gente brinca muito, principalmente futebol", disse Mateus.
Com a ajuda, as escolas, aliadas aos pais, formam verdadeiras famílias para as crianças. "O Mateus é muito feliz na escola, é uma benção para gente", conta Márcia Queiroz, mãe do menino.
Sentindo a escola
Em outra escola de Vila Velha, mais um bom exemplo de acessibilidade. Piso, corrimão e paredes são adaptadas especialmente para que os deficientes visuais usem o tato e sejam o mais independente possível. O menino Emerson é a prova disso. Ele corre e passeia pela escola sem nenhum problema. Além da estrutura física da escola, o papel dos professores é de fundamental importância para as crianças.
"Além da técnica é preciso ter amor. Se o professor não tiver amor, ele não consegue passar o que precisa", afirma a professora do Emerson, Marília Gomes.
Solidariedade
No bairro Terra Vermelha, em outra escola de Vila Velha, os alunos dão um grande exemplo de solidariedade. Com uma colega surda e muda, as crianças aprenderam a língua dos sinais para se comunicar com a colega Thaís, que não fala e nem ouve.
"Ela é diferente só porque não fala nem ouve, mas ela é como a gente, pode sair, estudar, aprender", disse a amiga de classe, Rayane dos Santos, de 9 anos. A mãe da Thaís chegou a desconfiar de que não daria certo ela estudar com pessoas que não têm qualquer tipo de deficiência.
"Eu achei que não ia dar certo. Que iam bater nela e que ela não conseguiria se enturmar com as outras crianças. Mas depois eu vi que foi tudo tranquilo", conta Márcia de Jesus.
A solidariedade e a compreensão das crianças são um verdadeiro exemplo para toda a população. "Não pode julgar as pessoas, porque elas são diferentes. Tem que tratar elas iguais como tratamos outras pessoas", diz Arthur Fernandes, colega de Thaís.