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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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'Previdência Social é limitada', diz jovem que mantém plano privado

“Uma reserva para o futuro, já que a previdência social é limitada”. Esta é a justificativa de Felipe Grando Sória, de 29 anos, para já no início da vida profissional planejar uma aposentadoria complementar via previdência privada.


Felipe trabalha com informática na capital paranaense e há um ano aderiu ao um VGBL, segundo ele, para conseguir manter o padrão de vida quando chegar o momento de parar de trabalhar. Na avaliação de Felipe, não é possível saber se em 50 anos a previdência social vai garantir para ele uma aposentadoria tranquila. “É para suprir a falta da previdência social”, explicou.

Além disso, para Felipe, a previdência privada se mostrou um bom investimento porque ele não tem tempo para acompanhar outros tipos de aplicações, como Bolsa de Valores ou Tesouro Nacional. “É mais fácil”, afirmou. Atualmente ele investe R$ 1 mil mensais com o objetivo de garantir uma boa renda na terceira idade.

O planejamento desde o início da profissão pode render um acréscimo na aposentadoria paga pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) - cujo pagamento é obrigatório – de R$ 3.407,02, valor próximo ao teto pago pelo governo federa que atualmente é de R$ 3,6 mil. (veja a tabela de simulação) Este teto, entretanto, é considerado pelos especialistas em Direito Previdenciário um valor inatingível devido à fórmula utilizada pelo INSS para calcular o benefício.

Atualmente, para um profissional solicitar aposentadoria é necessário que ele tenha contribuído com a Previdência Social durante 35 anos, se homem, e 30, se mulher, ou ter completado 65 anos, se homem, e 60, se mulher. Mas isso não é o suficiente para garantir o recebimento dos R$ 3,6 mil. No calculo utilizado pelo INSS são considerados também idade na data do requerimento, a expectativa de vida, segundo a tabela Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e média das contribuições feitas pelo trabalhador a partir de 1994. Desta equação vai sair uma média onde ainda será aplicado o fator previdenciário, que é considerado um redutor do benefício.

“O fator rouba algo entre 20% e 30% da aposentadoria na regra geral”, afirmou a advogada Cláudia Viana Salles. Segundo a advogada, as pessoas não possuem total conhecimento de como funciona o sistema previdenciário no Brasil e isso causa desilusões no momento de se aposentar. Ela relatou que quando atende trabalhadores que legalmente podem solicitar o benefício e calcula o valor da aposentadoria a indignação é evidente. “Eles choram”, contou a advogada.

Apesar de confiar e de afirmar que a previdência social no Brasil é eficaz e abrangente, advogada reconhece que com a quase impossibilidade de se adquirir o teto do beneficio se torna difícil manter o padrão de vida após a aposentadoria. Segundo Cláudia Salles, de fato só consegue descansar aqueles que tiveram como média de rendimento um salário mínimo, afinal, ninguém pode receber menos do que este valor. “Não tem perda de renda e se aposenta no mesmo padrão de vida que teve a vida inteira”, avaliou Claudia Salles. Caso contrário, mesmo aposentado o cidadão se vê na obrigação de continuar trabalhando para manter o padrão de vida.

Diante deste cenário, a previdência privada aparece como rentável, desde que planejada, destacou a advogada, principalmente, para os trabalhadores de classe média. Cláudia Salles enfatiza que o planejamento permite pagamento de valores baixos a longo prazo e que não comprometem o orçamento.

Simulação
Considerando um jovem de 25 anos e que acabou de ingressar no mercado de trabalho o G1 fez duas simulações de VGBL para contribuição durante 40 anos, que é o tempo necessário para um homem se aposentar por idade via INSS.
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