O engenheiro agrônomo, com formação em agrometeorologia, Marco Antônio dos Santos, alertou que o fenômeno La Niña – resfriamento das águas do Oceano Pacífico – pode prejudicar a colheita de soja com aumento de chuvas nos meses de fevereiro e março, período em que a soja é colhida no campo. O aviso foi dado durante a palestra no evento É Hora de Plantar, da Fundação MT. Rondonópolis foi a última das 15 cidades produtoras em que os agricultores receberam orientações para o plantio da safa de grãos.

“Se os produtores não se estruturarem com maquinários e com sementes de variedade mais resistente às chuvas, poderão ter dificuldades na época da colheita da safra 2011/2012. Poucos são os produtores que compram sementes pensando no clima. Há sementes de ciclos mais curtos e mais longos”, comentou.

Ele também orientou aos produtores de áreas menores que o plantio inicie a partir da primeira semana de outubro, quando as chuvas forem mais regulares, a partir da segunda quinzena do próximo mês. “As chuvas da primavera serão irregulares, portanto há riscos aos produtores que resolveram arriscar em plantar neste período. Apesar do solo ter pouca umidade a planta consegue germinar, mas se não chover ela seca e o produtor pode gastar mais com replantio”.

Além de informações sobre o clima, os produtores foram orientados a não relaxar em relação aos cuidados preventivos à ferrugem e outras doenças. O pesquisador Fabiano Siqueri comentou que na safra passada 2010/2011 a ferrugem apareceu no final da produção, durante a colheita, o que garantiu uma produtividade média de 53 sacas por hectare. “Não há receita de bolo para combater a ferrugem. Apesar do cenário tranqüilo, o produtor precisa tomar medidas preventivas e fazer o manejo adequado”, comentou.