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Quinta-feira, 01 de agosto de 2024

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Jacob Zuma está perto de se eleger presidente na África do Sul

Às vésperas das eleições presidenciais mais importantes desde a subida de Nelson Mandela ao poder, em 1994, a África do Sul se vê em meio a uma grave crise. Além do desemprego, que atinge 40% da população, da violência e da epidemia de Aids, a corrupção é um tópico amplamente debatido e um dos grandes problemas do país.


O Acordo de Armas, que colocou o líder do governista CNA (Congresso Nacional Africano) e virtual futuro presidente do país Jacob Zuma, no banco dos réus, é um assunto recorrente no país.

O esquema no qual Zuma está envolvido e que está em todos os jornais sul-africanos é conhecido como “Arms Deal” (Acordo de Armas) descoberto em 2001.

A história começou quando, no ano de 1977, a ONU impôs à África do Sul um embargo na indústria bélica, por considerar o regime uma ameaça à paz mundial. Com Mandela no poder, em 1994, e o fim do apartheid, a sanção foi suspensa e, rapidamente, as companhias de armas e governos europeus foram oferecer serviços em nome da nova democracia.

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Na tentativa de compensar os anos de punição, as companhias europeias, especialmente da França, Grã-Bretanha, Itália e Suíça, anunciaram um investimento de US$ 18 bilhões no país, uma espécie de Plano Marshall com o objetivo de criar novos empregos e estimular a economia.

Jatos da Inglaterra, helicópteros da Itália e submarinos e navios da Alemanha chegaram a solo sul-africano de uma forma nada legal. Segundo Hennie Van Vuuren, diretor do Instituto de Estudos para a Segurança (instituição que realiza pesquisas sobre segurança e corrupção na África do Sul), se houver uma escala para determinar quem foi mais corrupto dentro do acordo de armas, o prêmio seria das companhias.

“Para mim, os mais corruptos são as empresas europeias, que prometeram investir no país, nos sul-africanos, e não dedicaram absolutamente nada a eles”, diz, sem esquecer da parcela de culpa do CNA, que, como estava no poder, foi um dos administradores e receptores da fortuna.

Apesar de toda a exposição e da notoriedade do caso dentro e fora da África do Sul, o CNA e o candidato Jacob Zuma (que, na época da descoberta do esquema era vice-presidente) são os preferidos da população para substituir Kgalema Motlanthe, no poder desde que Mbeki renunciou em 2008.

“Muitas pessoas não gostam do Zuma, mas vão votar no CNA por ideologia, porque o partido representa algo muito maior do que o candidato e os erros dele”, opina Hennie sobre as eleições indiretas - em que o eleitor vota apenas no partido.

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