Goiânia, GO - Durante a abertura do III Encontro dos Governadores do Centro-Oeste, em Goiânia, o governador Silval Barbosa defendeu que existe ambiente para a renegociação das dívidas dos estados, a partir de posição favorável demonstrada pela presidente Dilma Rousseff em relação às dívidas de Mato Grosso.
Ele disse que espera assinar muito em breve contrato com a União renegociando a dívida, com juros muito mais atrativos de bancos privados com quem se financiara R$ 1,7 bilhão da dívida atual. Os juros previstos estarão em torno de 5%, contra os atuais 18% pagos ao governo federal nas amortizações da dívida do Estado.
PEC- 300
Sobre a PEC-300 que está no Congresso Nacional, o governador Silval Barbosa repetiu aos governadores no encontro, informação da presidente Dilma Rousseff, de que seria preciso um esforço concentrado dos governadores junto às suas bancadas, para evitar que o projeto vá à votação, sob pena de ser aprovado empurrado por pressões.
"Se a PEC-300 for aprovada os estados quebram, a menos que o Governo Federal aporte recursos adicionais para a saúde", disse o governador. Agnelo Queiroz, do Distrito Federal concordou dizendo que não existe saúde pública sem os recursos da União, onde se concentram os recursos federais, o que abriu espaço para o vice-governador do Tocantins, João Oliveira, afirmasse que é indispensável rever o Pacto Federativo, por causa da concentração dos recursos no governo federal.
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES
O governador de Mato Grosso defendeu ainda que na Carta de Goiânia, a ser elaborada no Encontro, defina a infraestrutura como princípio fundamental para a região, principalmente as ferrovias. Lembrou que a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO), atravessará a área concentrada de produção agrícola do Centro-Oeste, saindo de Goiás, atravessando Mato Grosso até o rio Madeira, em Rondônia.
A vice-governadora de Mato Grosso do Sul, Simone Tebet, lembrou o momento especial que vive a região Centro-Oeste face à conjuntura econômica mundial, com crescentes interesses internacionais por investimentos no que ela chamou de 'coração do Brasil', ainda que a falta de infraestrutura seja um fator atual de prejuízo a essa possibilidade. Do contrário, afirmou, a região poderá perder importantes espaços para as regiões Sul e Sudeste do Brasil, melhor atendidas com infraestrutura.