O deputado federal Neri Geller não embarcou na onda de filiações ao recém criado Partido Social Democrático (PSD) e decidiu continuar no Partido Progressista (PP). Em entrevista exclusiva ao Olhar Direto, Neri disse que já comunicou a decisão ao deputado e futuro presidente estadual do PSD José Geraldo Riva.

“Conversei com ele (Riva) na última quinta-feira, em Cuiabá. Expliquei os meus motivos e disse que prefiro continuar no PP. Ele não ficou muito contente mas eu disse que continuarei apoiando Riva, que tem um projeto político para o governo do Estado em 2014”, revelou o parlamentar.

Pré-candidato à prefeitura de Lucas do Rio Verde nas eleições do ano que vem, Neri entende que mudanças de partido não são bem vistas pelo eleitor. Ele argumenta ainda que a troca no comando do PP dentro da Câmara dos Deputados abriu novas perspectivas de atuação dentro do partido.

“Conseguimos uma reviravolta dentro do PP, com a troca de uma liderança que não tinha diálogo com o governo e com a sua base. Com isso, ganhei mais força dentro do partido para poder consolidar minha atuação como parlamentar”, justificou.

O parlamentar afirma que prefere direcionar sua energia para dar mais foco no mandato de deputado federal. Ele elenca entre as prioridades o debate em torno da reforma trabalhista, a reforma no Código Florestal e também fomentar a geração de renda com a implantação da piscicultura na região médio norte do estado.

“Eu prefiro dar mais foco no mandato para depois mostrar os resultados do trabalho, fomentar o trabalho, na produção agrícola, no código florestal, na reforma trabalhista, que é o próximo desafio que temos aqui na Câmara. Política eleitoral a gente deixa para depois”, concluiu.

Analistas ouvidos pelo Olhar Direto compararam a onda de filiações ao PSD como uma festa em que cada pessoa pode levar quem bem entender. Segundo estas fontes, a adesão em massa é muito bom para o Riva, que pretende sair para governador, mas é ruim para os nomes que têm pretensões eleitorais, pois a concorrência ficou muito grande.

“O PSD virou um partido de oba-oba, em que qualquer pessoa pode entrar. Não há critérios para seleção dos filiados. Pode ser de direita, de esquerda. Neste momento, entrar no PSD não é um bom negócio. Além disso, o PSD pode ter um grande número de deputados, mas é um partido que surge sem direito a presidir nenhuma comissão importante”, avalia.