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Sábado, 27 de julho de 2024

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Um mês após tragédia em São Caetano, sala em que professora foi baleada continua fechada

A sala de aula em que o menino D.M.N., de dez anos, cursava o 4º ano no ensino fundamental na Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (no Grande ABC), vai se transformar em espaço cultural. O local está vazio desde 22 de setembro, quando foi palco de uma tragédia. Naquela tarde, o garoto baleou a professora Rosileide Queiros de Oliveira. Em seguida, ele saiu da sala e se matou com um tiro na cabeça. O motivo do ataque não foi descoberto até hoje.


A Prefeitura de São Caetano do Sul afirmou, por meio de nota, que a direção da escola “tem várias ideias”, mas ainda não há definição se o espaço servirá como uma sala de vídeo, espaço de leitura ou biblioteca.

Passado um mês do crime, o rotina de professores e alunos foi restabelecida, segundo pais e estudantes ouvidos pelo R7 na última quinta-feira (20).

Mãe de Larissa, aluna do 7º ano do ensino fundamental, Camila Figueiroa Teixeira diz que apenas as duas semanas após a tragédia foram atípicas. Segundo ela, é normal haver várias atividades culturais e de lazer na escola.

- Colocaram música, homenagens... Os psicólogos vinham até a escola para dar apoio aos alunos, mas nunca mais apareceram. A Guarda Municipal para na saída da escola, dia sim, dia não, mas é só isso. As festas continuam normalmente.

Segurança

De acordo com Valéria Moreira, mãe de Beatriz, dez anos, aluna do 5º ano, há duas semanas foi feita uma reunião com pais e a direção da escola para avaliar novas regras de segurança no prédio. No encontro, chegou a ser proposta o instalação de detector de metais na entrada e a adoção de revista nas malas dos alunos.

- Todos os pais foram contra essas propostas porque são inviáveis. As crianças andam com moeda, com chaves. E quanto à revista, é um desrespeito, uma invasão à privacidade dos alunos. Verificar o que tem nas mochilas é dever dos pais.

Valéria diz conhecer a família do garoto que baleou a professora. Segundo ela, sua filha estudou com ele no ensino infantil. De acordo com a menina, D. era calmo e tranquilo.

- Ele era normal, ninguém falava dele. Eu tenho até fotos dele na minha formatura do Emei (Educação Municipal Infantil). Quando retornaram as aulas, tinha muita gente que tinha medo de passar pela escada em que ele atirou [e se matou]. Mas agora já está pintada, sem mancha [de sangue]. Tá [sic] tudo calmo.

Morte

O aluno da 4º série do ensino fundamental entrou na sala de aula e atirou na professora por volta das 15h50 do dia 22 de setembro. Em seguida, ele saiu da aula e disparou dois tiros contra a própria cabeça. No momento da tragédia, estavam na sala de aula 23 alunos. Tanto o estudante quanto Rosileide foram socorridos com vida.

O menino foi levado ao Hospital de Emergência Albert Sabin, na avenida Kennedy, em São Caetano do Sul, e teve duas paradas cardíacas. Ele morreu às 16h50. A professora foi levada no helicóptero da Polícia Militar para o Hospital das Clínicas, na zona oeste de São Paulo.

De acordo com a assessoria da Prefeitura de São Caetano, a professora permanecia de licença médica neste sábado (22), e não tem data marcada para retornar ao trabalho.

O revólver calibre 38 usado pelo garoto era do pai dele, que é guarda civil metropolitano. Segundo a polícia, a arma ficava guardada dentro do armário dos pais, a uma altura de 1,9 m. Tanto D. quanto seu irmão sabiam onde o revólver era guardado.

Ainda de acordo com a polícia, o pai - que disse sempre ter mantido o revólver descarregado - o deixou com munição na véspera da tragédia porque estava com pressa.

No último dia 14, a delegada Lucy Fernandes, responsável pelo caso, concluiu o inquérito e o enviou ao Ministério Público de São Paulo. Segundo Lucy, o inquérito não tentou esclarecer as razões que levaram o menino a cometer o crime. Agora, o Ministério Público deve se posicionar sobre a possível responsabilização do pai do menino por "negligência no manuseio da arma".
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