A reflexão sobre as orientações curriculares das escolas do campo e a adaptação do projeto político pedagógico dessas unidades à realidade de cada comunidade rural são os principais objetivos do III Encontro Estadual da Educação do Campo de Mato Grosso. O evento de quatro dias teve início na segunda-feira (24.10), a noite, no hotel Global Garden em Cuiabá, e conta com a participação de 130 pessoas.
Entre os presentes estão educadores, coordenadores e diretores das escolas do campo das redes estadual e de algumas redes municipais, formadores dos Centros de Formação e Atualização de Professores (Cefapros) do Estado, representantes de Movimentos Sociais e Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT).
Conforme o gerente de Educação do Campo da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Rui Leonardo Silveira, cada uma das 57 escolas do campo da rede estadual possuem suas próprias práticas pedagógicas. Contudo, essas ações são orientadas de acordo com três grandes eixos: agricultura familiar, agroecologia e economia solidária.
Com base nisso, ao final do encontro os participantes construirão um caderno formativo, de acompanhamento e avaliação para distribuição em todas as unidades. “Esse instrumento tem como finalidade sistematizar as orientações curriculares gerais para o ensino no campo construídas pelos próprios educadores, mas respeitando a identidade de cada comunidade”. Segundo ele, “a meta não é uniformizar as ações educativas e sim traçar as linhas baseadas nos três eixos”, de modo que possam ser adaptadas às realidades locais.
Silveira cita ainda que o caderno contribuirá para orientar as ações formativas específicas das escolas. Além das linhas gerais “pretendemos melhorar as atividades formativas que já ocorrem. Todas essas ações visam à melhoria da qualidade da educação ofertada, bem como a melhoria da qualidade de vida dos moradores do campo”, destacou.
METODOLOGIA
Para o aprofundamento do debate visando à construção do caderno, os presentes participarão de Grupos de Trabalho, Painel Interativo, Roda de Diálogo e Vivência. Além dos três eixos orientativos, cultura gênero, etnia e as diversas áreas do conhecimento também estão na pauta das discussões.
O diretor da Escola Municipal Rural de Ensino Básico (EMIEB), Nossa Senhora da Penha de França, localizada no distrito do Coxipó do Ouro, em Cuiabá, Ednilson de Carvalho, avalia que a construção coletiva é fundamental para que as ações sejam efetivadas no “chão da escola”.
“Durante esse quatro dias vamos trocar experiências e compartilhar os acertos e problemas comuns. Dessa diversidade de informações construiremos essas orientações com base na nossa vivência do cotidiano e é isso que fará com que elas contribuam para a melhoria nas práticas pedagógicas em cada escola”, finalizou.
