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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Infecção por estafilococos aumenta mortalidade em crianças com H1N1

As crianças infectadas pelo vírus H1N1, que causou uma pandemia de gripe em 2009, sofrem um risco de mortalidade multiplicado por oito se já estiverem contaminadas por bactérias staphylococcus aureus resistentes à metilicina (SARM), um tipo de antibiótico, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (7) no Journal of Pediatrics.


Durante a pandemia, um grande número de crianças que anteriormente se encontravam em bom estado de saúde desenvolveu uma pneumonia grave e sofreu deficiências respiratórias, revelaram os autores da pesquisa.

Esse trabalho, o mais extenso já realizado sobre o tema nos Estados Unidos, mostra que uma coinfecção com SARM é um fator determinante para aumentar o risco de mortalidade entre crianças com gripe.

Há uma probabilidade maior de que os staphylococcus aureus se tornem invasivos no organismo sob a presença do H1N1 ou de outros patógenos", destacou a médica Adrianne Randolph, do hospital infantil de Boston, principal autora do estudo. "Essas mortes entre crianças coinfectadas são uma advertência", acrescentou.

Os pesquisadores detectaram que quase todos os menores coinfectados vistos também foram rapidamente tratados com vancomicina, considerada o antibiótico perfeito contra o SARM.

O fato de que vários desssas crianças morreram, apesar do tratamento, é particularmente inquietante, diante do crescimento das taxas de infecção entre os pequenos, em comparação com a população geral.

Os médicos manifestaram a esperança de que esses resultados incentivem a vacinação contra a gripe para todos os menores de 6 meses a 6 anos ou mais. Ainda não existe uma vacina antigripal para bebês abaixo de 6 meses, ressaltaram.

"O vírus H1N1 de 2009 não mudou de forma notável desde então", afirmou um dos principais coautores do estudo, o médico Tim Uyeki, do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA.

"Estima-se que neste ano haverá novas infecções gripais com o vírus H1N1 em crianças, que devem estar prevenidas com a vacinação (...), que oferece uma proteção", disse Uyeki.

Para essa pesquisa, os médicos seguiram a evolução de 838 crianças, provavelmente infectadas com H1N1 e levadas para 35 serviços de emergência de hospitais pediátricos americanos entre abril de 2009 e abril de 2010.

Os médicos que trataram os pacientes não souberam em todos os casos se eles foram vacinados ou não, mas a vacina não esteve disponível até setembro de 2009.

A idade média das crianças com H1N1 gravemente doentes era de 6 anos. A maior parte sofria de dificuldades respiratórias, e dois terços delas precisaram respirar por aparelhos.

A doença desses pacientes teve uma rápida evolução, e 75 (9%) morreram, dois terços deles nas duas semanas após a entrada no hospital.

Embora a maioria das crianças gravemente doentes já sofresse de um ou vários problemas de saúde crônicos (como asma ou debilidade do sistema imunológico), o que aumenta o risco, 251 dos analisados (30% do total) estavam em perfeito estado de saúde, indicaram os pesquisadores.
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