A monstruosidade do assassinato de uma criança de um ano e dois meses de idade assombrou a população de Campo Novo do Parecis (a 380 km de Cuiabá) neste domingo (1º). O pequeno Thiago da Silva Prado foi atacado com golpes de canivete pelo próprio pai, Rosenildo Prado, de 29 anos.

As informações da Polícia Militar (PM) em Campo Novo do Parecis dão conta de que Rosenildo protagonizou uma discussão violenta com sua esposa, identificada pela Polícia Civil como R.L.S, durante o domingo. Com medo das ameaças do marido, ela fugiu correndo de casa, na área central da cidade, mas o filho do casal ficou sob o poder do pai, que se trancou na residência e apagou as luzes.

De acordo com a polícia, não havia mais pessoa alguma dentro da residência além do outro filho do casal, que tem dez anos de idade.

Rosenildo começou a gritar ameaças contra a vida da criança, que tomou como refém. Por volta das 19h, a PM e uma equipe da Polícia Civil foram chamadas para tentar negociar com Rosenildo, conseguindo fazer com que ele liberasse o filho mais velho.

Familiares também se aproximaram da casa para tentar ajudar nas negociações. A esposa também tentou, sem sucesso, conversar com o acusado.

O estranho era que Rosenildo não exigia nada em troca do refém. A PM informou que ele também estava fora de visão dos atiradores, pois além de trancar a casa, apagou a luz.

A tensão deu lugar ao espanto quando, enquanto policiais e familiares ainda tentavam negociar, Rosenildo jogou para fora da casa o corpo de seu próprio filho atravessado por 12 golpes de canivete. A criança esfaqueada morreu quando era levada para o hospital.

Na frente de policiais perplexos e familiares desesperados, Rosenildo se entregou desarmado após pedir aos policiais para ser morto. A delegada Cinthia Gomes da Rocha Culpido o interrogou e ainda não conseguiu desvendar o motivo do crime cometido por Rosenildo contra o próprio filho. "O motivo é que ainda não sabemos. Ele queria matar todo mundo", disse a delegada.

Após a prisão, o acusado afirmou não se lembrar de nada e exames toxicológicos apontaram que ele não estava sob efeito de álcool ou de qualquer outra droga. O Conselho Tutelar informou que já existia queixa por violência contra Rosenildo antes deste episódio.

Rosenildo foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de ameaça, homicídio doloso e resistência à prisão. Ele está preso na Cadeia Pública do município.