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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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PDT disputa Ministério do Trabalho

Foto: (Foto: Reprodução)

PDT disputa Ministério do Trabalho
A indefinição da presidente Dilma Rousseff em relação às mudanças no primeiro escalão do governo passou a alimentar uma disputa interna no PDT pelo comando do Ministério do Trabalho.


Embora integrantes da cúpula da legenda acreditem que só serão chamados a conversar sobre a reforma ministerial por emissários da presidente no início de fevereiro, as diversas alas da sigla já deram início às articulações para definir quem sucederá Paulo Roberto dos Santos Pinto no cargo. O ministro em exercício, ex-secretário-executivo da Pasta, permaneceu interinamente à frente do ministério após a demissão de Carlos Lupi. Mas não é considerado um nome indicado pelo partido.

Lupi deixou o governo em meio a denúncias de irregularidades no ministério e de ter acumulado cargos na Câmara dos Deputados e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Caiu após a Comissão de Ética Pública da Presidência da República ter recomendado sua demissão.

A ala ligada ao ex-ministro, que se licenciou do cargo de presidente do PDT durante o período em que chefiou o Ministério do Trabalho, e a sindicalistas da Força Sindical defende a nomeação do primeiro vice-presidente da sigla, deputado André Figueiredo (CE). O parlamentar permaneceu ao lado de Lupi na crise que culminou com a saída do ex-ministro do governo.

A ideia desse grupo é eleger Figueiredo logo no início de fevereiro para a liderança do partido na Câmara, função atualmente ocupada por Giovanni Queiroz (PA). Se a promoção de André Figueiredo repercutir junto ao Palácio do Planalto, avaliam os entusiastas desse plano, Figueiredo poderia ser nomeado ministro e o deputado Paulo Rubem Santiago (PE), alçado ao cargo de líder do PDT na Câmara.

Na legenda, há também quem defenda a indicação do deputado Brizola Neto (PDT-RJ). A ideia, porém, enfrenta resistências entre os aliados de Lupi. Eles acreditam que Brizola Neto, que, apesar da proximidade com Dilma, é considerado "muito jovem" por autoridades do Planalto, pode ter contribuído para a demissão de Lupi. "Não se vai fazer um ministro contra o presidente do partido", comentou um integrante da cúpula do PDT ligado a Lupi.

Outro deputado citado como forte candidato ao cargo é Vieira da Cunha (RS). Antes de filiar-se ao PT, Dilma ajudou a fundar o PDT no Rio Grande do Sul e trabalhou na assessoria da bancada estadual do partido entre 1980 e 1985. Mas não é só esse o elo que liga a presidente ao parlamentar: Giles Azevedo, chefe de gabinete e homem da estrita confiança de Dilma, exerceu a mesma função para o então deputado estadual Vieira da Cunha.

O deputado enfrenta oposição de sindicalistas ligados ao PDT, mas é visto como favorito entre auxiliares da presidente. Corre ainda por fora na disputa o secretário-geral da sigla, Manoel Dias, que também é do grupo político de Lupi.

Segundo Vieira da Cunha, autoridades do Palácio do Planalto ainda não entraram em contato com representantes do PDT para tratar da reforma ministerial. "Decidimos aguardar a presidenta tomar a iniciativa", contou o deputado, referindo-se à última reunião da executiva nacional da legenda, que resultou no retorno de Lupi à presidência do partido. No encontro, ficou acertado também que a interlocução entre o PDT e o Planalto será feita pelos líderes do partido no Congresso, Manoel Dias e o próprio Lupi.

Por outro lado, uma ala minoritária do PDT defende que o partido continue a integrar a base de sustentação do Executivo no Congresso, mas sem ter representante na Esplanada dos Ministérios. A tese chegou a ser apresentada pelo deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) a Carlos Lupi durante a crise que atingiu o Ministério do Trabalho, no ano passado. "Defendo o apoio ao governo Dilma sem ter ministérios. Não se deve construir uma coalizão em troca de espaço político. Tem que ser por programa político", argumenta Miro. "O PDT já foi referencial para uma parcela da população. Acho que pode voltar a ser, se proclamarmos essa convicção." (FE)
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