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Domingo, 28 de julho de 2024

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Moradores de área invadida passam noite em abrigos improvisados

Se por um lado a polícia comemora a operação que em 40 minutos tomou o controle da área invadida conhecida como Pinheirinho neste dominngo (22) em São José dos Campos, interior de São Paulo, por outro, a Prefeitura local tem agora pela frente o desafio de encontrar um destino para os quase 7 mil moradores da área agora desocupada. Segundo acompanhou a equipe de reportagem do G1, muitos desses moradores vão passar a noite de domingo para segunda em galpões improvisados e, até ás 19h, sem colchões, cobertores e estrutura de banheiros para a higiene.


Aos 89 anos, o aposentado Antônio Candido da Silva morou em Pinheirinho por 8 anos. Neste domingo, ele se preparava para passar a noite no chão enrolado a uma lona com a esposa Eni Vieira da Silva, de 57 anos.

“Eu nunca em minha vida passei a noite assim, ao relento. Agora veja a minha situação”, diz Eni.

O cozinheiro José Silva Santos também improvisava um espaço em galpão de chão batido. Ele disse que precisou sair correndo e, agora, não sabe como fazer para pegar as roupas da esposa Eva da Silva e do bebê de 1 ano que eles têm.

“Eu fiquei com medo. Os caras [a polícia] chegou mandando a gente sair e só deu para pegar os documentos e o uniforme do meu trabalho para amanhã [segunda-feira, 23]’. Santos conta que deixou a porta aberta a pedido dos policiais. “Comprei uma geladeira nova. Imagina se me roubam?”, pergunta.

De uma forma geral, os moradores do Pinheirinho foram surpreendidos pela ação da polícia, que entrou na área invadida há 8 anos às 6h da manhã. Os primeiros moradores a serem retirados do local reclamam que de não tiveram tempo para arrumar os pertences.

“Eu não tive tempo para nada. As crianças do meu vizinho ficaram com medo do helicóptero e eu decidi tirar todo mundo do Pinheiro. Quando voltei para pegar minhas coisas, já não me deixaram entrar. Estou só com a roupa do corpo e sem documento. Não deu nem para pegar o meu crachá para trabalhar amanhã”, diz a operadora de telemarketing Janaína as Silva.

A dona de casa Benedita do Nascimento também demonstrava preocupação com o que deixou para trás. “É tudo o que eu tenho. Já arrumei uma garagem de uma amiga emprestada. Vou levar minhas coisas para lá assim que liberarem minha entrada.”

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa da Prefeitura disse que iria disponibilizar abrigos com infraestrutura adequada para os desalojados. Não informou, porém, uma lista desses locais. Segundo a assessoria de imprensa, a Prefeitura, por hora, manterá esses locais em sigilo por motivos de segurança.
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