Depois de 30 horas, os índios que ocupavam o prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), no Centro de São Paulo, deixaram o local, por ordem da Justiça. Mas a pressão continua e eles dizem que vão manter o protesto. Os indígenas passaram a madrugada desta quinta-feira (7) na calçada.

Os índios improvisaram um abrigo na porta do edifício. Havia poucos cobertores, então eles ficaram juntos para não passar frio. Segundo os manifestantes, eles dependem da boa vontade dos comerciantes para usar o banheiro. Os caciques disseram ainda que as mulheres e as crianças precisaram voltar para as aldeias por causa do frio.

Os indígenas saíram do prédio na noite de quarta-feira (6) contrariados, mas de forma pacífica. Disseram que não houve acordo com a Funasa. A polícia estava preparada para cumprir o mandado de reintegração de posse expedido pela Justiça Federal, mas não precisou usar a força.

Eles querem que o coordenador da Funasa em São Paulo, Raze Rezek, seja demitido. Rezek já pediu demissão, mas ela não foi aceita pelo presidente da fundação, Danilo Forte. Ele disse, em Brasília, que está disposto a receber uma comissão de índios, mas só daqui a 15 dias.

Os índios reivindicam melhorias no atendimento médico, no transporte para hospitais e no saneamento básico, para as 36 aldeias do estado de São Paulo.