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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Secretaria de Direitos Humanos nega 'mal estar' com militares

Foto: (Foto:Divulgação)

Secretaria de Direitos Humanos nega 'mal estar' com militares
O secretário de gestão da Secretaria de Direitos Humanos, Gleisson Cardoso Rubin, afirmou nesta sexta-feira (24) que não há “mal estar” entre a pasta e militares. Ele comentou a publicação por clubes militares da Marinha, Exército e Aeronáutica de um manifesto em que criticam declarações da ministra Maria do Rosário sobre a ditadura militar.


“Não há qualquer mal estar seja com o Ministério da Defesa, seja com os comandos militares. Nossa relação com eles é de diálogo permanente. Esse processo é um processo de construção que vem de tempo”, afirmou Rubin após participar da assinatura de convênio para empregar na secretaria 30 detentos.

A ministra Maria do Rosário, que participou do evento, saiu sem falar com a imprensa e não quis responder a uma pergunta sobre a carta publicada pelos clubes militares. No documento, os reservistas citam uma entrevista da ministra ao jornal “Correio Braziliense” em que ela fala da possibilidade de vítimas da ditadura entrarem com ações na Justiça para punir agentes repressores.

O texto diz que a posição contraria decisão de abril de 2010 do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou válida a Lei da Anistia (1979), que concede perdão a todos os crimes cometidos durante o regime militar (1964-1985). Os militares também criticam a presidente Dilma Rousseff por não manifestar "desacordo" às declarações da ministra.

“Opinião pessoal, às vezes, pode ser interpretada como opinião da corporação. No ano passado nós tivemos aí a felicidade de lograr a aprovação da Comissão da Verdade no Congresso Nacional. E nessas questões, sempre que há alguma divergência de opinião, isso é arbitrada pela presidente”, afirmou Gleisson Rubin.

Manifesto
O manifesto de clubes militares foi publicado na última quinta-feira (16). No texto, os reservistas expressam "preocupação" com declarações de duas ministras do governo e do PT sobre a ditadura militar, sem que a presidente Dilma Rousseff manifestasse "desacordo".

O documento começa citando discurso de Dilma em outubro de 2010, após sua eleição, em que se comprometia a ser "presidenta de todos os brasileiros e brasileiras, respeitando as diferenças de opinião de crença e de orientação política". Em seguida, o texto diz que "paulatinamente vê-se a presidente afastando-se das premissas por ela mesma estipuladas".

"Parece que a preocupação em governar para uma parcela da população sobrepuja-se ao desejo de atender aos interesses de todos os brasileiros", diz o texto, assinado pelo almirante Ricardo Antonio da Veiga Cabral (presidente do Clube Naval), pelo general Renato Cesar Tibau da Costa (presidente do Clube Militar), e pelo brigadeiro Carlos de Almeida Baptista (presidente do Clube de Aeronáutica).

Além de criticar a ministra Maria do Rosário, os militares citam dicurso da nova ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci. Durante sua posse, diz a carta, Menicucci se "auto-elogiou" ao declarar que "lutou pela democracia" durante a ditadura. "Ora, todos sabemos que o grupo ao qual pertenceu a Sra Eleonora conduziu suas ações no sentido de implantar, pela força, uma ditadura, nunca tendo pretendido a democracia", rebate o documento.

Segundo o blog da Cristiana Lobo, ao voltar do recesso de carnaval, a presidente Dilma Rousseff convocou o ministro da Defesa, Celso Amorim, para manifestar sua irritação com a nota. Nesta quinta (23), por ordem do comandante do Exército, Enzo Peri, a nota foi retirada do site dos clubes militares. Dilma disse que como presidente é a comandante em chefe das Forças Armadas e que os militares, mesmo na reserva, devem cumprir o regulamento das Forças que não permite a quebra de hierarquia.
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