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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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Brasil tem que ser "nação rebelde", diz Mangabeira Unger

Embora tenha vocação natural para o protagonismo geopolítico, o Brasil só agora começa a buscar uma posição de destaque no sistema internacional.


A avaliação é de Roberto Mangabeira Unger, professor de direito da Universidade Harvard que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu, em 2007, para comandar a então recém-criada Secretaria de Assuntos Estratégicos.

Em entrevista à Folha, por telefone, o ministro disse que o descompasso entre a aspiração do Brasil e sua inserção real remonta ao fim da Segunda Guerra (1939-1945), quando o país ficou fora dos pactos entre os vencedores, que criaram o sistema global hoje em vigor.

O fortalecimento da projeção brasileira, para o ministro, passa pela aliança estratégica com Rússia, Índia e China -demais integrantes do Bric, grupo de emergentes que faz sua primeira cúpula em 16 de junho, em Ekaterinburgo (Rússia). Mangabeira Unger é o coordenador brasileiro do Bric.

POTÊNCIA ÓRFÃ

A China e, principalmente, a Rússia saíram como vitoriosas da Segunda Guerra Mundial. Nós, apesar da participação no conflito, não fomos classificados como tal. O Brasil é obrigado a ser uma nação rebelde, pois somos órfãos dos acordos acertados [entre as potências] após as duas guerras mundiais.

DIPLOMACIA EM ALTA

Está surgindo no Brasil algo típico das grandes democracias, que é o desmoronamento das barreiras entre política externa e interna. A diplomacia virou um debate nacional.
Nas grandes nações, projetos estratégicos de desenvolvimento importam mais do que temas de política interna. Países poderosos sempre ponderam se a ordem mundial facilita ou inibe suas metas estratégicas e não veem a política externa como um ramo do comércio. As potências seguem agenda geopolítica que transcende objetivos puramente econômicos. Aliás, o comércio segue o poder, e não o contrário.

SIMPATIA UNIVERSAL

Somos uma democracia --apesar de falhas-- vibrante e fomentada na unidade nacional. Além disso, não temos adversários. De todos os grandes países da história moderna, somos o menos beligerante e o que teve menos contato com guerras. Assim, desfrutamos de uma simpatia quase universal. Mas isso não nos exime de nos defender. Há uma relação íntima entre defesa e diplomacia. Não vejo risco de nos envolvermos numa guerra. Mas é melhor para o mundo que os fatores da paz possam se defender.

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