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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Acordo automobilístico entre Brasil e México segue indefinido

Terminou sem acordo a segunda rodada de negociação entre Brasil e México sobre o acordo automobilístico assinado pelo Mercosul com o país norte-americano, deixando em aberto...

Terminou sem acordo a segunda rodada de negociação entre Brasil e México sobre o acordo automobilístico assinado pelo Mercosul com o país norte-americano, deixando em aberto a possibilidade de anulação do tratado. Uma nova reunião prevista para esta quinta-feira (1º) foi cancelada, sem explicações, e a delegação mexicana deixou o país antes do previsto.


O governo brasileiro insiste na criação de um mecanismo que limite as exportações mexicanas de automóveis. Por trás da insistência, está a desconfiança de que montadoras chinesas, europeias e dos EUA usem o México como simples plataforma de exportação para o Brasil.

O governo do presidente Felipe Calderón requer 30% de conteúdo mexicano nos veículos produzidos em seu país. Já o Brasil aumentou em 30 pontos porcentuais o IPI de automóveis que não detenham 65% de conteúdo nacional ou regional.

Ou seja, em vez de cumprir a exigência brasileira, algumas montadoras instaladas no México poderiam usar como brecha o porcentual menor de peças exigido pelo país para fugir do imposto cobrado por Brasília. Uma forma de evitar esse cenário seria definir uma cota de automóveis que poderiam ser exportados sob o amparo do acordo, que elimina imposto de importação dos veículos. A proposta brasileira, no entanto, vai contra os princípios dos mexicanos, que defendem uma solução que resulte no aumento do fluxo comercial entre os dois países e não na redução.

Procurada, a Embaixada do México em Brasília informou apenas que as negociações ainda estão em curso. Oficialmente, os negociadores mexicanos se retiraram e o diálogo bilateral continuará por telefone porque era preciso "fazer consultas" ao setor empresarial e ao governo.

Outra proposta do Brasil é a ampliação do acordo para incluir veículos pesados e máquinas agrícolas, setores em que o País é competitivo. A renegociação do acordo, em vigor desde novembro de 2002, foi acertada pela presidente Dilma Rousseff com Calderón. Incomoda ao Brasil o déficit na balança comercial com o México causado pelo forte aumento nas exportações mexicanas de veículos nos últimos três anos.

Fim do acordo não é descartado
O governo brasileiro apresentou nesta terça-feira (28) a representantes mexicanos suas propostas de revisão no acordo automotivo que mantém com o México desde 2002. Durante essas negociações, o Brasil sugeriu a adoção de cotas de importações flexíveis, que não seriam calculadas anualmente, nos moldes do que já existe com a Argentina atualmente. "É uma das possibilidades, mas não vou adiantar nenhum elemento específico", disse o porta-voz do Itamaraty, embaixador Tovar Nunes, depois de um dia inteiro de negociações na terça.

O Brasil reclama que só no ano passado o acordo rendeu um déficit comercial com o México de aproximadamente US$ 1,7 bilhão.Apesar de ressaltar que as negociações entre os dois países ocorreram em ambiente amistoso e que se caminha para uma solução negociada, Nunes não descartou a possibilidade de o Brasil encerrar o acordo com os mexicanos.

Se houver mudança no espírito de revisão não posso dizer que a possibilidade de renúncia está descartada. O que eu posso dizer é que (com) o espírito construtivo das reuniões de hoje (terça) e o interesse nesse equilíbrio do intercâmbio bilateral é que se espera que haja um entendimento em torno da revisão do acordo", explicou o embaixador.
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