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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Serra critica Banco Central, mas diz não ver 'má fé' em política econômica

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), voltou a criticar o Banco Central por não ter reduzido antes a taxa de juros devido à crise econômica.

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), voltou a criticar o Banco Central por não ter reduzido antes a taxa de juros devido à crise econômica. O Comitê de Política Monetária (Copom) vem reduzindo a taxa desde janeiro deste ano. O Copom não realizava cortes desde setembro de 2007.


"Mesmo em setembro, com a crise nas ruas, o Banco Central subiu [a taxa de] juros. É evidente que, nesse contexto, a crise de crédito atingiu as empresas. (...) O BC tem agido corretamente agora ao reduzir taxas e expectativa futura, mas o fato é que, no auge da crise, demorou para resolver esse problema."

Questionado posteriormente, o governador disse não ver "má fé" nas políticas econômicas, mas sim "insuficiente conhecimento". "Foi um erro da política econômica, insuficiente conhecimento da economia, não é má fé. Eu acho que é problema estritamente de conhecimento e de receios. Nunca tem de se subestimar que o responsável não quer cometer erros. Mas às vezes, por não querer cometer erros, acaba cometendo."

Candidatura

Serra foi convidado a discursar como possível candidato à sucessão juntamente com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, provável candidata do PT para 2010, no Exame Fórum, debate sobre crise econômica promovido pela Revista "Exame".

"Eu estou concentrado no governo de São Paulo e não em ser candidato à Presidência no ano que vem. Embora o presidente, os partidos e a imprensa me considerem, eu não assumi e vou me eximir de falar nessa condição", afirmou, em discurso. Ele disse que falaria como governador e economista sobre o assunto.

Investimento produtivo

O governador disse ainda que os municípios e estados têm muito mais capacidade de investimento produtivo do que o governo federal. "De 70% a 80% do investimento governamental produtivo é feito por estados e municípios, mas (foi comprometido) com o corte de receita de transferência e queda da receita própria." Para Serra, o governo tem de ajudar os estados e municípios com essa questão.

Fórum

O governador chegou ao evento no final do fórum, quando o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto participava de debate com os vencedores do prêmio Nobel Joseph Stiglitz (2001), Edward Prescott (2004) e Robert Mundell (1999).

Ao final, Delfim Netto defendeu a política de guerra fiscal entre os estados. "A competição entre estados é a coisa mais sadia. Estado mais bem administrado, com um governador melhor, pode baixar o imposto sim. Para ensinar os outros que podem fazer a mesma coisa", afirmou.

O mediador do debate, o jornalista William Wack, da TV Globo, perguntou quem ganhava com a crise. Em tom de brincadeira, os três ganhadores do Nobel responderam: os economistas. Delfim Netto respondeu: "Ninguém. O desemprego é uma tragédia. Nos EUA e no Brasil, uma tragédia mundial. Quem paga é o trabalhador."


Nóbeis

Os vencedores do prêmio Nobel afirmaram que o mundo ainda não venceu o pior da crise financeira internacional, ao contrário do que dizem alguns analistas.

“Se eu tivesse de me expressar em números, diria que passamos por dois quintos da crise”, disse Robert Mundell. Joseph Stiglitz afirmou: “Estamos no fim do começo, mas não no começo do fim”. O economista Edward Prescott, por sua vez, se disse "pessimista" sobre o cenário econômico.
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