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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Notícias | Política BR

Vannuchi defende resgate histórico de períodos como a ditadura militar

O secretário especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, Paulo Vannuchi, defendeu hoje (11) um resgate histórico, por parte das novas gerações, de períodos como a ditadura militar. Para o secretário, que participou do Seminário Internacional A Luta pela Anistia: 30 anos, o passado do Brasil é uma “preciosa experiência histórica que as novas gerações não têm o direito de deixar sepultado e esquecido”. O evento teve início hoje (11), na Estação Pinacoteca do Estado de São Paulo, e segue até o dia 15.


Vannuchi disse que a anistia, apesar de ser um assunto polêmico e de ainda manter em aberto questões para a definição judicial de casos de tortura e assassinatos, representou um passo importante na história do Brasil. “Foi ela [a anistia] quem permitiu o retorno ao Brasil de figuras importantes que voltaram impulsionando o momento de encurralamento da ditadura para que nascesse, a partir de 1985, o país que vive hoje o seu ano 21 da reconstrução democrática.”

O secretário ressaltou que o desejo de punição aos torturadores não é revanchista e, sim, um dever institucional histórico e ético de desprezar a impunidade. “Se tinha no Brasil a idéia de que torturou-se, matou-se, ocultou-se cadáveres e isso deveria ser esquecido. Evidentemente nós estamos construindo um Brasil daqui para frente muito mais aberto e intolerante à repetição dessa barbárie”.

Além da luta pela punição aos torturadores e pela abertura dos arquivos da ditadura, o integrante do Fórum dos Ex-presos e Perseguidos Políticos Raphael Martinelli afirmou que o grupo se preocupa com a disseminação de informações sobre o período da ditadura militar para que, ao conhecer sua história, as novas gerações não permitam repetições.

“É preciso que a juventude aprenda desde criança para dar valor ao que significa a democracia. Eu espero que com essa educação as pessoas saibam mais sobre o que significou a ditadura em termos de atraso político, intelectual e tudo mais para os trabalhadores.”

Martinelli reforçou que ainda há resquícios ditatoriais no país quando não se revela quem foram os torturadores e assassinos para que eles sejam devidamente punidos. “Isso é ruim para o Brasil. Todos os outros países tomaram posição, além dos organismos internacionais. E aqui no Brasil estamos democraticamente fazendo conferências, palestras para que a sociedade e as autoridades entendam que devem tomar posição.”

A historiadora e membro da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, Janaina Teles, filha e sobrinha de ex-presos e perseguidos políticos, que também foi presa aos 5 anos de idade e separada de seus pais, considerou importante a iniciativa de realizar eventos periódicos para lembrar o período da ditadura e, principalmente, para exigir a punição de torturadores.

“Há 30 anos nós lutamos para que esses assuntos sejam debatidos amplamente por toda a sociedade. A luta por verdade e justiça no Brasil em relação aos crimes cometidos durante a ditadura militar é um assunto político e de toda a sociedade. Então é de toda importância que eventos como esse ocorram para que o debate e as propostas sejam discutidos.”
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