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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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Viúva de vítima do acidente da Gol processa governo por extravio de pertences do marido

A viúva de uma das vítimas do acidente com o avião da Gol, ocorrido em 2006, iniciou um processo indenizatório contra a União e o governo do Distrito Federal por não ter recebido parte dos pertences do marido, Rolf Ferdinando Gutjarh. A tragédia provocou a morte de 154 pessoas em setembro de 2006.


De acordo com a assessoria da Associação dos Parentes e Amigos das Vítimas do Voo 1907, Rosane Gutjarh afirma ter recebido menos da metade dos pertences do marido, listados no laudo do IML (Instituto Médico Legal) do Distrito Federal.

Destroços do avião da Gol que fazia o vôo 1907 caíram em área de mata fechada; os 154 ocupantes do Boeing morreram
Segundo Rosane, o laudo citava que foram encontrados uma pulseira dourada, um óculos de aro fino e retangular,um relógio e um celular. Na ocasião, o médico responsável pelo laudo teria dito que os objetos seriam encaminhados à Promotoria de Justiça, em Brasília, porém, apenas parte dos pertences foram entregues.

"Com essa ação, a viúva, antes de tudo, quer manifestar sua extrema indignação e procurar a tutela do Poder Judiciário, para que, nos termos constitucionais, a responsabilidade das autoridades seja apuradas", afirmou Dante D'Aquino, advogado da viúva da vítima.

"O que me move não é o valor desses itens, mas o sentimento de que fomos enganados, pois alguns dos pertences que o IML relacionou ter encontrado junto ao corpo, que foram enviados para Brasília, não chegaram até nós", disse Rosane.

A Folha Online procurou a AGU (Advocacia Geral da União) para se pronunciar sobre o processo, mas ainda não obteve retorno. A reportagem não conseguiu contato com a assessoria do governo do Distrito Federal sobre o caso. Assim que os órgãos se manifestarem, suas versões sobre os fatos serão incluída neste texto.

A ação foi proposta na 2ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Paraná, Subseção de Curitiba.

Outras famílias

Segundo a assessoria dos familiares das vítimas, outras três famílias --duas de Brasília (DF) e uma de Manaus (AM)-- também devem mover ações indenizatórias pelo extravio de pertences das vítimas.

Em agosto de 2007, familiares e amigos das pessoas mortas na tragédia denunciaram o sumiço de documentos e pertences dos ocupantes do voo 1907. Em um dos casos, uma família teve de arcar com um prejuízo de R$ 20 mil causado pelo extravio dos documentos de uma das vítimas --usados em compras em uma loja de varejo. 

Familiares e amigos das vítimas do vôo 1907 da Gol repudiaram decisão da Justiça
Os familiares das vítimas reclamam que as denúncias, no entanto, nunca foram apuradas. De acordo com a assessoria da associação, as ações têm como objetivo pedir que o caso não seja esquecido.

"Desde então, nada mais se falou sobre o caso. Não vimos nenhuma investigação, não tivemos nenhuma resposta das autoridades. Por isso, novamente, teremos que pedir à Justiça, pelos meios legais, que os responsáveis sejam penalizados e que tenhamos respostas sobre a pilhagem dos corpos", afirmou Rosane.

Acidente

O Boeing da Gol que fazia o voo 1907 ia de Manaus (AM) para o Rio com previsão de fazer uma escala em Brasília (DF). Ao sobrevoar a região Norte do país ele bateu em o Legacy da empresa de taxi aéreo americana ExcelAire.

Os destroços do Boeing caíram em uma mata fechada, a 200 km do município de Peixoto de Azevedo (MT). Mesmo avariado, o Legacy, que transportava sete pessoas, conseguiu pousar em segurança em uma base na serra do Cachimbo (PA).

O acidente expôs a fragilidade do controle aéreo brasileiro. O assunto deflagrou ainda aberturas de CPI's (Comissões Parlamentares de Inquéritos) e investigações da Polícia Federal e Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos).
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