Luiz Felipe Scolari reuniu o elenco palmeirense por cerca de uma hora para uma conversa reservada com os jogadores neste momento adverso vivido pelo clube do Palestra Itália. Após três derrotas em quatro jogos no Campeonato Paulista e a grave contusão do volante Wesley, a equipe debateu sobre o momento e driblou como pôde o assunto crise. Mais do que isso: o vice de futebol Roberto Frizzo falou até na sabedoria da diretoria em abafar polêmicas.

Divulgar o conteúdo da conversa entre Felipão e o grupo de jogadores não foi algo que Hernán Barcos fez com muita empolgação nesta terça, na entrevista depois do temporal que caiu na zona oeste de São Paulo. O atacante argentino, que marcou o gol alviverde na derrota por 3 a 1 para o Guarani, no último domingo, foi seco quando questionado sobre o tema e pediu privacidade. Algo que Frizzo não teve tanto problemas em mencionar.

"A conversa fica dentro do grupo, foi algo muito pessoal. Quando um técnico fala com portas fechadas é por alguma razão e é preciso respeitar", disse Barcos, que se limitou a dar um mero detalhe sobre a reunião. "São coisas para que a gente continue melhorando", resumiu.

Frizzo, que adentrou a sala de entrevistas logo após a saída de Barcos, foi mais prolixo ao falar sobre o papo de Felipão e os jogadores. O dirigente, contudo, negou qualquer ambiente pesado no clube depois das complicadas semanas recentes e se disse orgulhoso da capacidade da diretoria em abafar crises, segundo o próprio braço direito do presidente Arnaldo Tirone.

"O treinador fez somente uma reunião para que todos mantenham o foco", comentou Frizzo, disposto até a interpretar o tom nada bem-humorado com que Barcos reagiu às perguntas sobre a conversa.

"É natural que a reversão da expectativa positiva que havia no elenco provoque resultados mais desencontrados. Cada atleta tem uma personalidade, um jeito de reagir. Nunca é agradável perder, mas as derrotas não geraram nenhum dano irreversível no elenco", alegou.

O cartola, aliás, despediu-se da imprensa sorrindo, negando qualquer fomentador de mau ambiente no time palmeirense. E tentou se mostrar calejado, sem medo. "Acho que estamos cada vez mais sábios para administrar a crise. Ainda que não estejamos em crise", encerrou.