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Segunda-feira, 29 de julho de 2024

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Família de Grazielly vai cobrar R$ 5 milhões de indenização ao Estado

A família de Grazielly Almeida Lames, de 3 anos, morta após ter sido atropelada por uma moto aquática quando brincava na praia de Guaratuba, em Bertioga, no litoral de São Paulo, vai pedir R$ 5 milhões de indenização ao estado. O advogado José Beraldo alega que houve falhas na prestação de socorro à vítima.


"Houve morosidade no atendimento e a menina foi levada para um local que não tinha condições de prestar atendimento adequado para um caso desta gravidade", explica.

A família também vai cobrar R$ 10 milhões de indenização ao proprietário do equipamento e aos pais do adolescente, de 13 anos, que ligou a embarcação e deverá responder medida sócio-educativa a ser definida pela Vara da Infância e Juventude. O acidente ocorreu no sábado de carnaval.

"Considerei o que a criança poderia sonhar, a vida toda pela frente, a maneira como ocorreu a morte, a dor da família, a omissão de socorro e o poder aquisitivo da família do adolescente", explica o advogado. Ele informou que ainda não recebeu proposta para um possível acordo. Procurados pelo G1 neste sábado (14), os advogados dos pais e do padrinho do adolescente não foram encontrados para comentar o assunto.

Denúncias e indiciamentos
Na quinta-feira (12), o Ministério Público denunciou à Justiça o padrinho do adolescente, dono da moto aquática, o caseiro da família por ter levado o equipamento até a praia; o dono da marina onde ficava guardado o veículo; e o mecânico por homicídio culposo - quando não há intenção de matar. Todos foram denunciados por lesão corporal culposa contra uma banhista, que também foi atropelada, além do crime de assassinato.

O tio de Grazielly, Zildomar Rodrigues de Lames, ressaltou que o sentimento da família é "de alívio", após a decisão. "Estou muito feliz, a Justiça está sendo feita", disse. O jovem, de 23 anos, que reside próximo aos pais da criança, em Artur Nogueira (SP), afirmou que a família continua abalada com o caso.

Para os promotores Guilherme Castanho Augusto e Rosana Colletta, o padrinho errou ao autorizar o afilhado, menor de idade e sem ter habilitação, a guiar a moto aquática na companhia de um amigo.

Investigações
Para a Polícia Civil, dias antes do acidente, o mecânico fez manutenção na moto aquática. Ele realizou uma limpeza e concluiu que o equipamento estava em condições de ser utilizado. Mas o laudo mostra que o eixo da borboleta, uma peça responsável pela aceleração, estava oxidada, afirmou o delegado seccional de Santos, Rony da Silva Oliveira, na época em que o inquérito foi concluído. Para ele, houve negligência por parte do mecânico e do dono da marina no momento da manutenção.

O dono do equipamento, que é padrinho do adolescente, autorizou que o menor usasse o veículo em um dia ensolarado, em que a praia estava lotada, segundo a Polícia Civil. O caseiro, por sua vez, abasteceu a moto aquática, a colocou no mar e entregou a chave para o adolescente. O jovem ligou o veículo, mas não prendeu a chave no pulso ou em um colete salva-vidas. O equipamento girou na água e seguiu até a areia, onde atropelou a menina.

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