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Domingo, 21 de julho de 2024

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Em gravação, Cachoeira negocia contrato de R$ 93 milhões para Delta

Uma gravação feita pela Polícia Federal nas investigações da Operação Monte Carlo mostra que o bicheiro Carlinhos Cachoeira falava em nome da empreiteira Delta na negociação de contratos de infraestrutura.


Preso desde fevereiro sob a suspeita de chefiar um esquema de jogos ilegais em Goiás, ele aparece na escuta, revelada pelo Jornal Nacional, conversando com um empresário de nome Alexandre, que lhe oferece uma "parceria" em Marabá, para obra orçada em R$ 93 milhões.

Alexandre: Topa uma parceria com a Delta lá no Marabá?
Carlinhos: De repende é bom. O que que é, hein?
Alexandre: Execução de obras de serviço de engenharia. Infraestrutura e saneamento básico.
Carlinhos: É ué... É uma boa. Quanto que é o contrato?
Alexandre: Inicial 93 milhões.
Carlinhos: Excelente. Se tiver na mão... topo.
Alexandre: Tá na mão.

O diálogo, obtido com autorização judicial, reforça a suspeita de que Cachoeira agia em nome da Delta. Um dos elos seria o diretor afastado da Delta Claudio Abreu. Em diversos áudios, os dois aparecem negociando vantagens para o grupo do contraventor.

A construtora é uma das maiores prestadoras de serviço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que concentra os investimentos do governo federal em infraestrutura. Possui também contratos com diversos estados. Os negócios são um dos focos de investigação da CPI a ser aberta no Congresso sobre as relações de Cachoeira com políticos, autoridades e empresários.

Outra linha de investigação da PF, segundo reportagens publicadas nesta quinta pelos jornais "Folha de S.Paulo" e "O Estado de S. Paulo", sustenta que a Delta repassava recursos para empresas de fachada, que por sua vez, abasteciam com doações campanhas eleitorais de políticos.

Numa outra gravação, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), conversa com o bicheiro sobre envio de recursos públicos para uma obra em Anápolis (GO). O senador relata ao contraventor que negociou com o prefeito a contratação da Delta.

Em entrevista publicada nesta quinta-feira (19) pelo jornal "Folha de S.Paulo", o dono da Delta, Fernando Cavendish, diz que Demóstenes não é "sócio oculto" da empresa, como afirma o Ministério Público. Ele disse que o ex-diretor Claudio Abreu conhecia Cachoeira, mas nunca informou que era sócio e repassava dinheiro para o bicheiro.
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