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Segunda-feira, 29 de julho de 2024

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Morte de jornalista em 2010 no RN foi encomendada, diz polícia

A morte do jornalista e radialista Francisco Gomes de Medeiros em 2010 foi motivada pelas denúncias praticadas pelo profissional e encomendada por R$ 8 mil, apontam investigações concluídas nesta terça-feira (8) pela Polícia Civil do Rio Grande do Norte. Seis pessoas foram presas.


Medeiros foi morto a tiros em 18 de outubro de 2010 na cidade de Caicó, no interior do Rio Grande do Norte. Conforme a polícia, o jornalista fazia “denúncias constantes sobre o tráfico de drogas”, o que seria a principal motivação do crime.

Segundo a polícia, o primeiro suspeito foi detido um dia após o crime e confessou ter atirado contra o radialista. Ligações telefônicas do suspeito no dia do crime conduziram a investigação a outras cinco pessoas: um comerciante, que mandou o crime, um advogado, que articulou o esquema e arrecadou R$ 8 mil de um pastor, um coronel e de um policial militar. Os seis estão presos. O atirador já cumpriu pena por roubo e homicídio e os outros presos, com exceção dos dois militares, têm passagem na polícia por estelionato, de acordo a polícia.

Outra motivação para o crime, de acordo com a polícia, foi uma relação de "amizade e admiração" entre o jornalista e a mulher do comerciante - ambos eram colegas de trabalho. “O comerciante relata no depoimento que havia um plano inicial de mandar pães, bolos e sucos envenanados para rádio onde o jornalista trabalhava. Porém, ele ficou temeroso porque a sua esposa também trabalha na rádio”, diz a delegada Sheila Freitas, da Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deicor).

Segundo Sheila, os seis suspeitos eram “próximos profissionalmente”: o atirador era motorista do advogado, que defendia quatro dos suspeitos.

Novas investigações
Segundo Sheila, uma série de reportagens feitas por Medeiros foi responsável por derrubar o diretor do presídio estadual de Gaicó em maio de 2010. “O major estaria facilitando a saída de presos e os presos que saíram eram todos clientes do advogado [suspeito de ligação na morte do jornalista]”, diz.

Ainda de acordo com Sheila, a suposta ligação entre o advogado e os presos era conhecida pela polícia mas só foi divulgada nesta terça para não atrapalhar as apurações. Agora, o advogado será investigado pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do estado, diz.
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