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Domingo, 21 de julho de 2024

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'pior momento'

Demóstenes nega elo com jogo e diz viver 'pior momento' de sua vida

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que responde a processo disciplinar no Conselho de Ética do Senado por suspeita de quebra de decoro parlamentar, afirmou nesta terça-feira (29) que não tem relação com jogos ilegais...

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), que responde a processo disciplinar no Conselho de Ética do Senado por suspeita de quebra de decoro parlamentar, afirmou nesta terça-feira (29) que não tem relação com jogos ilegais, mas admitiu manter relações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso pela Polícia Federal em fevereiro durante a Operação Monte Carlo.


Demóstenes responde a processo no colegiado por suspeita de ter utilizado o mandato para auxiliar os negócios de Cachoeira. O processo no Conselho de Ética pode levar à cassação do mandato do senador.

"Eu não tenho nada a ver com o jogo. Devo essa explicação principalmente à minha mulher, aos meus filhos, às senhoras e aos senhores. [...] Os procuradores, os senhores delegados podem até brigar, mas num ponto eles convergem. Eu jamais tive qualquer participação em esquema de jogos ilegais", afirmou.

As declarações no Conselho de Ética são as primeiras explicações do senador sobre sua relação com o contraventor. Logo no começo das declarações, o senador falou sobre sua relação com o contraventor, sem em nenhum momento citar o nome de Carlinhos Cachoeira.


“O que eu sabia era que me relacionava com um empresário que se relacionava com cinco governadores, e outras dezenas de políticos e empresários. Sim, ele tinha vida social sim [...] Reafirmo que tinha amizade com ele, sim”, disse o o senador.

Mas, de acordo com Demóstenes, não sabia em que tipo de atividades Cachoeira estava envolvido. "Antes estava com a lanterna na popa, agora com a lanterna na proa, a gente sabe o que acontece", disse.

O depoimento de Demóstenes começou com mais de 40 minutos de atraso. O presidente do conselho, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), deu início à reunião do colegiado com meia hora de atraso, mas afirmou iria aguardar “mais alguns minutos” para a chegada do senador. Demóstenes chegou à sala do conselho de Ética acompanhado do seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay.

'Vivo o pior momento da minha vida'
No início de sua fala, Demóstenes afirmou que "resistiu até o momento" às acusações porque "redescobriu Deus". "Redescobri Deus. Se eu cheguei até aqui, é porque readquiri a fé", afirmou.

Ele disse ainda que, desde que as denúncias sobre sua relação com o contraventor vieram à tona, sua vida sofreu mudanças. “Vivo o pior momento da minha vida. Vivo um momento que jamais imaginaria passar. A partir de 29 de fevereiro deste ano, eu passei a enfrentar algo que jamais enfrentei. Depressão, remédio para dormir, que não faz efeito, fuga dos amigos e a campanha sistemática mais orquestarda da história do Brasil”, disse.

O senador afirmou que chegou a pensar “as piores coisas”. “Confesso que pensei nas piores coisas. Pensei em renunciar meu mandato”, disse.

Irmão de Demóstenes
Demóstenes afirmou que teve sua reputação “enxovalhada” e que seu irmão, Benedito Torres, que é procurador de Justiça de Goiás, também foi prejudicado pelas denúncias. Benedito Torres também é suspeito de utilizar o cargo para beneficiar Cachoeira.

“Meu irmão foi execrado. Ele foi junto comigo. Desceu esta escada. Mas eu espero, como disse o senador, me erguer. Eu tenho uma história e hoje tudo que é divulgado é divulgado como muita maledicência. Inclusive com relação ao meu patrimônio."

Nextel e dinheiro de Cachoeira
O senador também explicou o rádio nextel que recebeu de Cachoeira habilitado nos Estados Unidos, segundo a PF, para que as conversas não fossem interceptadas.

"Não tinha lanterna na popa e não tinha como adivinhar que o rádio era utilizado para outras atividades", disse. Demóstenes afirmou que usou o rádio "por comodidade", porque poderia se comunicar com facilidade. Ele destacou ainda que não usava o aparelho apenas para falar com Cachoeira.

“Hoje é fácil de dizer que foi um erro, Eu não sabia a dimensão que isto tinha, nem que era utilizado para outras atividades”, disse.

O senador rebateu denúncias de que teria recebido dinheiro do esquema criminoso. Segundo as investigações, ele teria recebido o valor de pelo menos R$ 1 milhão. "Não entrou um milhão na minha conta. “Nem R$ 1 milhão, [...] nem 3 mil reais, em nenhum momento isso entrou na minha conta ou me foi dado de qualquer maneira”, disse o senador.

“Estou entregando as cópias de minhas duas contas que em nenhum momento foi depositado R$ 1 milhão na minha conta. As provas documentais estão aqui”, disse.

Projeto em andamento
Demóstenes admitiu que conversou com o contraventor sobre o projeto que tramitava na Casa sobre legalização dos jogos, mas negou ter feito algum tipo de articulação para que a matéria fosse aprovada.

“Eu indago se eu procurei algum parlamentar aqui para falar sobre isso. Nunca [...] Se toda a conversa que tivermos com pessoas que têm pleito aqui for levado para a quebra do decoro, imagino onde vai parar” disse Demóstenes, que completou: "Não há quebra de decoro em se comentar um projeto com quem quer que seja."

Reunião
Antes de Demóstenes começar a falar, o presidente do conselho reforçou a importância da fala. “Seus eslarecimentos são de extrema importância para formular um juízo deste consleho. O que nós esperamos é que as suas palavras simbolizem única e exclusivamente a verdade. Que ela não seja escamotada [...] O senhor terá a oportunidade ou não de confirmar o que tínhamos a seu respeito”, disse o presidente.
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