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Domingo, 21 de julho de 2024

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Demóstenes nega que tenha viajado a Berlim no mesmo avião que Mendes

O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) negou nesta terça-feira (29) que tenha viajado a Berlim com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes no mesmo avião e com despesas pagas pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira.


Segundo reportagem da revista "Veja", a viagem de Gilmar Mendes a Berlim teria sido usada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pressionar o ministro a adiar o julgamento do mensalão.

Em depoimento no Conselho de Ética do Senado, onde é investigado por quebra de decoro parlamentar sob a acusação de ter usado o mandato em favor de Cachoeira, Demóstenes afirmou que Gilmar Mendes tinha uma viagem de trabalho em Granada, enquanto ele estava em Praga. Os dois, de acordo com o senador, marcaram de se encontrar em Berlim porque Mendes tem uma filha que mora na cidade.

"Evidentemente, ele não estava conosco em Berlim, não tinha razão nenhuma para isso. O avião era de São Paulo para cá e eu utilizei o avião, não o ministro Gilmar Mendes. Eu espero que esta história fique esclarecida”, disse Demóstenes.

O senador Demóstenes Torres afirmou ainda que utilizou "diversos" aviões de amigos e empresários em Goiás, mas não avião de Cachoeira. "Utilizei diversos aviões em Goiás. Não do senhor Carlos Cachoeira, porque ele não tinha avião. Eu utilizei avião de amigos e empresários de Goiás", diz.

Demóstenes negou que tenha utilizado aviões da empresa Delta - também citada por envolvimento com o grupo de Cachoeira -, mas afirma que pegou carona com o ex-diretor da Delta Centro-Oeste Cláudio Abreu, que aparece em diversas gravações com o bicheiro. “Uma vez eu peguei uma carona com o Claudio Abreu, num avião que me levou até Goiania”.

Suposta pressão
O episódio da suposta pressão de Lula a Mendes foi revelado na edição deste final de semana da revista "Veja", que relata um encontro no último dia 26 de abril entre Lula e Mendes. Segundo a publicação, Lula ofereceu "blindagem" na CPI e mencionou uma viagem do ministro a Berlim em que teria se encontrado com o senador Demóstenes, supostamente paga pelo bicheiro.

No encontro, Lula teria afirmado a Mendes: "É inconveniente julgar esse processo [do mensalão] agora". Segundo a reportagem, o ex-presidente também disse a Mendes que detém o controle da CPI do Cachoeira, que apura a ligação do bicheiro com políticos e autoridades, e que o ministro do STF não precisaria se preocupar com eventuais investigações que o envolvessem. Cachoeira foi preso em fevereiro pela Polícia Federal, apontado como chefe de uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás.

Durante a conversa, afirma "Veja", Lula perguntou a Mendes sobre a "viagem a Berlim". De acordo com a publicação, a referência diz respeito a boatos de que o ministro teria viajado para a Alemanha com o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), com despesas pagas e em um avião cedido por Cachoeira.

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