O sobe e desce das vendas parece não assustar a Ford. Rogério Golfarb, diretor de Assuntos Corporativos da empresa, acredita que o mercado irá ver "um forte crescimento na segunda metade do ano, por causa das medidas governamentais", a ponto de bater recorde de vendas.

Com os depósitos cheios de veículos e a queda na procura por carros novos, as fabricantes estão segurando a produção, em uma tentativa de reduzir o estoque. Quando as empresas começaram a parar fábricas e dispensar funcionários, o governo decidiu que era hora de agir, anunciando a redução do IPI e outros pacotes para ajudar a indústria.

O mercado brasileiro continua a crescer mais do que a economia do país, embora o ritmo tenha diminuído - motivo pelo qual outras empresas buscam criar fábricas em território tupiniquim. "Em um mundo que não está crescendo, a corrida por participação de mercado pode levar a superprodução", explica Golfarb. "Nossa preocupação é evitá-la."

A visão otimista de Golfarb é importante para a Ford, que passou por uma queda de 5% nas vendas em maio deste ano e que é a quarta marca mais vendida no País, fechando 2011 com 9,5% de participação de mercado. Logo abaixo está a Renault, com 6,7%.

A razão da queda nas vendas é o envelhecimento de seus veículos, motivo pelo qual a Ford está investindo em renovar a linha, ao invés de dar descontos. O próximo passo da renovação, que já trouxe a picape Ford Ranger, será o lançamento da nova geração do Ford EcoSport, previsto para julho.