O italiano Leonardo Badalamenti, de 49 anos, integrante da máfia siciliana preso na quinta-feira (21) em São Paulo, morava na região do Bixiga, na Bela Vista, há 15 anos, mas só nos últimos 15 dias foi identificado, segundo a Polícia Federal. A representação brasileira da Interpol só soube que ele estava no país depois que as autoridades italianas solicitaram um mandado de prisão preventiva ao Supremo Tribunal Federal há duas semanas.

De acordo com a polícia italiana, ele chefiava uma quadrilha que tentou fraudar bancos internacionais como o Lehman Brothers e o Bank of America, diretamente de São Paulo. À Polícia Federal, ele disse que era comerciante e que assessorava empresas em importações, mas ainda não há provas sobre o que de fato ele fazia no Brasil.

Desde que veio morar no Brasil, há pelo menos 15 anos, o mafioso chegou a formar família, mas não estava mais casado, de acordo com a delegada Patrícia Zucca, chefe da Interpol em Sao Paulo. A polícia ainda investiga se a família acobertava e sabia que ele era um mafioso. Ele se identificava como Carlos Massetti, ou seja, supostamente um cidadão brasileiro.

Mesmo depois de preso no fim da tarde de quinta, ele ainda nega que seja Leonardo Badalamenti, de acordo com a delegada da Interpol. Como usava documentos de outra pessoa, o mafioso vai responder à acusação de uso de documentos falsos na Justiça do Brasil.

Na Itália, ele responde a acusações de fraude, corrupção e associação mafiosa. Autoridades italianas só conseguiram identificar que ele estava no Brasil quando buscou auxílio com mafiosos internacionais para ajudar a retirar seu pai, Gaetano Badalamenti, histórico chefe da máfia siciliana já falecido, da prisão nos Estados Unidos.