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Domingo, 21 de julho de 2024

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Senador que encontrou Cavendish em Paris poderá votar na CPI, diz Vital

O senador Ciro Nogueira (PP-PI), que admitiu ter tido um encontro "casual" com o empresário Fernando Cavendish em Paris no começo de abril, poderá participar das votações da CPI mista que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados, informou o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB).


Um questionamento levado ao comando da comissão pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) pedia a "suspeição" do senador para votações relacionadas a Fernando Cavendish, da Delta, "por conta da amizade que mantém com o empresário".

Há duas semanas, Nogueira, que é integrante da CPI e que havia votado contra um requerimento de convocação do empresário na comissão, confirmou encontro com o empresário em um restaurante em Paris, mas disse que foi "casual".

Para o presidente da CPI, "não há prova que exista amizade íntima". "Não vislumbro" a impossibilidade de manuntenção de Ciro Nogueira e Iracema Portela para exercerem a plenitude de seus mandatos", disse Vital, acrescentando que eles podem, inclusive, continuar votando questões relativas a Fernando Cavendish.

"Blindagem"
O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) questionou ainda, durante a reunião da CPI,o fato de a comissão não ter ouvido Fernando Cavendish e criticou os depoimentos marcados para esta semana, relacionados ao suposto envolvimento dos governadores de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), com Cachoeira. Ele chegou a dizer que há "blindagem" por parte da comissão.

"Não há blindagem senador. Se houve blindagem, a presidência é a primeira a assumir a responsabilidade", disse Vital do Rêgo.

Randolfe Rodrigues voltou a pedir a votação do requerimento de convocação do dono da Delta, Fernando Cavendish. Há duas semanas, a votação do requerimento foi sobrestada, ou seja, adiada.

A Delta é acusada de repassar dinheiro para empresas fantasmas que abasteciam o grupo do contraventor e foi declarada inidônea pela Controladoria Geral da União (CGU) e não poderá assinar novos contratos com a União. A CGU levou em conta investigação da PF de 2010 que aponta que a construtora pagou propina para servidores do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) para se favorecer em obra no Ceará.

Recesso
O senador Álvaro Dias pediu também para que a CPI do Cachoeira funcione durante o recesso parlamentar de julho. Para ele, a comissão "precisa mostrar" a que veio.

"O recesso é constitucional. Terá que haver uma mobilização. Vamos votar isso na quinta-feira próxima (5)", disse Vital.

"Seria de bom tom que não tivéssemos recesso", completou o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).

Depoimentos
Dois depoentes obtiveram decisões favoráveis do Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar em silêncio no depoimento marcado para esta terça-feira (26) na CPI mista que investiga as relações do bicheiro Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados.

Estão marcados os depoimentos de três pessoas ligadas à venda da casa do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB-GO), na qual Cachoeira foi preso durante a Operação Monte Carlo, no fim de fevereiro. A Polícia Federal suspeita que o imóvel tenha sido comprado indiretamente pelo contraventor, mas, em depoimento à CPI, o governador afirmou que não tinha conhecimento sobre o envolvimento de Cachoeira.

Obtiveram habeas corpus para ter o direito de ficar em silêncio o ex-assessor de Perillo Lúcio Fiúza Gouthier, que, segundo depoimento de uma testemunha, teria recebido o valor pago pela casa e Écio Antônio Ribeiro, um dos sócios da empresa Mestra Administração e Participações, em nome da qual a casa foi registrada. Os dois usaram o direito de ficar em silêncio.

Também falará Alexandre Milhomen, arquiteto responsável pela reforma da residência.
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