Os trabalhos de reposição dos vidros estilhaçados na fachada do Supremo Tribunal Federal (STF) por um voo rasante de um caça Mirage F-2000 da Força Aérea Brasileira (FAB) estão previstos para começar nesta terça-feira (3). A estimativa, segundo a assessoria do STF, é que o serviço se estenda por duas semanas.
Vistoria realizada nesta segunda (2) pelos setores de manutenção da Corte demonstrou que foram quebrados 320 metros quadrados de vidros. A troca dos vidros custará R$ 35 mil, de acordo com o STF. Uma empresa que mantém contrato com a Corte ficará encarregada de trocar as vidraças.
A manobra dos pilotos da FAB no último domingo (1º) quebrou 65 vidraças de grande porte e uma quantidade ainda não calculada de vidros pequenos. O incidente desalojou o presidente da Suprema Corte, Carlos Ayres Britto, que teve as janelas do gabinete destruídas.
A assessoria do STF informou que os novos vidros serão iguais aos que foram quebrados pela onda supersônica do Mirage F-2000 que participava da solenidade da troca da bandeira na Praça dos Três Poderes. O tribunal, contudo, pretende avaliar, futuramente, a substituição da fachada da sede do Judiciário por vidros temperados, mais resistentes.
Afastamento
A Aeronáutica informou nesta segunda-feira (2) que foi temporariamente afastado o piloto do caça Mirage F-2000 responsável pelo voo que danificou as vidraças do STF. Uma investigação apura as circunstâncias do incidente. "O piloto passará por uma avaliação operacional e poderá sofrer sanções", diz nota divulgada pela Aeronáutica.
Segundo a nota, os danos foram causados quando uma das aeronaves que sobrevoava a Praça do Três Poderes atingiu 1.100 km/h, "excedendo o limite de velocidade adequada", em cerimônia de troca da bandeira. A assessoria da Aeronáutica explica que o recomendado é que a velocidade da aeronave não se aproxime da velocidade do som, que é de 340 m/s ao nível do mar (1.100 km/h equivalem a cerca de 305 m/s).
“Não houve quebra da barreira do som, mas o deslocamento de massa de ar foi suficiente para romper a vidraça”, explica a nota. “Vale salientar que todos os sobrevoos ocorreram em altitudes dentro das margens de segurança e não houve risco de acidente com as aeronaves”, diz ainda o texto.