O presidente da CPI Mista do Cachoeira no Congresso Nacional, senador VItal do Rego Filho (PMDB-PB), revelou hoje (29.8) que a empresária Roseli Pantoja, cujo nome foi envolvido no esquema de Carlinhos Cachoeira, foi vítima de uma série de ameaças do crime organizado.

O senador fez o anúncio na abertura da sessão desta quarta-feira (29.8) destinada a ouvir o depoimento do ex-presidente da Delta Construções, Fernando Cavendish.

Além da empresária, também foram ameaçados seus filhos e o ex-marido, o contador Gilmar Carvalho de Moraes. O presidente da CPI informou que foi oferecida proteção policial à empresária e aos familiares dela. Após o anúncio, diversa requerimentos foram apresentados para pedir novos depoimentos da empresária.

O parlamentar não informou de quem partiram as ameaças, mas há fortes suspeitas de que são oriundas da mesma organização criminosa que tentou intimidar dois procuradores que atuaram nas investigaçõe das operações Vegas e Monte Carlo que culminaram na prisão do contraventor goiano Carlos Augusto Ramos.

Segundo investigações da PF, a empresa de Roseli Pantoja foi utilizada como "laranja" de um esquema de desvio de recursos e lavagem de dinheiro. Ela depôs na CPI no dia 15 de agosto e negou qualquer envolvimento com Cachoeira.

De acordo com a investigação da Polícia Federal, Roseli seria dona de cinco empresas fantasmas utilizadas pelo contraventor, entre elas, a Alberto & Pantoja. Somente esta última recebeu da construtora Delta - principal empresa do esquema de Cachoeira -, cerca de R$ 27 milhões desde maio de 2010. A comerciante negou ter sacado parte do dinheiro repassado pela Delta à Alberto & Pantoja.

“O que tenho a dizer é que meu nome foi usado. Fiquei sabendo há dois meses, por um jornalista, que meu nome foi envolvido. Eu não tenho nenhum envolvimento com essa quadrilha”, disse.