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Segunda-feira, 05 de agosto de 2024

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Ministro britânico vai devolver reembolso; escândalo de gastos ameaça trabalhistas

O ministro das Finanças britânico, Alistair Darling, pediu desculpas nesta segunda-feira e concordou em reembolsar 350 libras (R$ 1.114), depois de se tornar o mais recente caso de membro do governo a ser envolvido em um escândalo de despesas que atingiu também membros do Parlamento.


Darling, a ministra do Interior, Jacqui Smith, e Hazel Blears, ministra das Comunidades, estão entre os altos funcionários que têm enfrentado críticas pelos gastos, que levaram também o deputado trabalhista Michael Martin a anunciar a renúncia à presidência da Câmara dos Comuns. Treze deputados disseram que não vão concorrer na próxima eleição nacional.

Os escândalos deixaram indignados os eleitores britânicos. Alguns parlamentares e membros do gabinete pediram reembolso por todo tipo de despesa pessoal, desde o aluguel de filmes pornôs à limpeza de piscinas, em um momento de crise no qual as pessoas comuns estão tendo de reduzir os gastos.

Darling desculpou-se depois de ter solicitado dinheiro acima do que tinha direito para cobrir gastos com moradia, mas disse que não pretende renunciar. O pedido de dinheiro foi feito em um período, em 2007, quando Darling foi nomeado ministro das Finanças e estava se mudando para uma residência oficial.

"Sinto muito por isso, e peço desculpas sem reservas. Isso não deveria ter acontecido", disse o ministro.

O jornal "Daily Telegraph" informou que Darling pediu reembolsos para despesas no em um apartamento alugado, ao mesmo tempo em que tinha despesas pagas na sua casa oficial em Downing Street, ao lado da residência oficial do primeiro-ministro.

Darling disse que as alegações eram incorretas, explicando que havia pago antecipadamente por taxas de condomínio no seu prédio, antes de se mudar para a casa oficial.

Indagado sobre especulações de que poderia ser substituído em uma possível reforma ministerial após as eleições da próxima quinta-feira, ele disse que cabia ao primeiro ministro decidir a equipe de governo.

Brown, que concedeu várias entrevistas nesta segunda-feira, recusou-se a dizer se os envolvidos no escândalo serão afastados. "Eles estão fazendo um bom trabalho, mas eu não farei qualquer previsão", disse Brown à TV Sky News.

"Ele tem sido um bom colega e amigo", disse Brown sobre Darling à rádio BBC. "Se ele tivesse feito algo errado, ele teria sido o primeiro a admiti-lo."

O primeiro-ministro também disse que não iria renunciar apesar da repercussão dos casos e das pesquisas que mostram o seu partido às vésperas de uma humilhante derrota nas eleições desta semana. Resistindo aos apelos da oposição conservadora para convocar imediatamente uma eleição nacional, Brown disse que tinha o dever de limpar o sistema e de conduzir o Reino Unido através de uma profunda recessão antes de enfrentar as eleições.

"Estou ficando para fazer o trabalho que eu tenho de fazer", disse Brown à rádio BBC quando questionado sobre a possibilidade de renunciar pelo bem do Partido Trabalhista.

Diante dos desafios do escândalo de despesas e a pior recessão desde a Segunda Guerra (1939-1945). Alguns assessores do governo disseram que pediram a Brown que colocasse o ministro da Educação, Ed Balls, um aliado próximo do primeiro-ministro, à frente do Tesouro.

Eleições

Todos os principais partidos estão envolvidos nos casos, mas os eleitores parecem dispostos a punir o Partido Trabalhista, no governo desde 1997, na próxima quinta-feira.

Uma pesquisa Ipsos Mori divulgada nesta segunda-feira mostrou que o apoio aos trabalhistas caiu 10 pontos percentuais, para apenas 18%, um nível menor que o oposicionista Liberal Democrata, normalmente o terceiro partido do país.

Das 1.001 pessoas pesquisadas, 40% disseram que iriam votar a favor dos conservadores na próxima eleição nacional que Brown deve convocar em um ano. Isso daria aos conservadores uma maioria parlamentar que poderia levar David Cameron a ser o primeiro chefe de governo conservador do país em 12 anos.

A pesquisa mostrou avanço de partidos normalmente inexpressivos como o Partido Nacional Britânico, de extrema-direita, e o anti-União Europeia Partido da Independência do Reino Unido.
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