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Domingo, 28 de julho de 2024

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Não tenho rancor no meu coração", diz mãe de Eloá ao falar de Lindemberg

Foto: Eduardo Enomoto/R7

Ana Cristina após julgamento do acusado de matar a filha, em fevereiro deste ano

Ana Cristina após julgamento do acusado de matar a filha, em fevereiro deste ano

Outubro é um mês de lembranças dolorosas para a recepcionista Ana Cristina Pimentel da Silva. É quando ela revive com mais intensidade os dias de agonia e de desespero que passou durante o sequestro da filha Eloá Cristina, 15 anos, assassinada após ser mantida refém pelo ex-namorado durante 100 horas, em 2008.


— É um mês triste para mim. Fico lembrando de tudo que aconteceu. Vai ficar marcado na minha vida para sempre. Sinto como se tivesse acontecido ontem. A saudade é grande.

Ana Cristina conta que nem mesmo a condenação de Lindemberg Alves Ferreira, em fevereiro deste ano, foi capaz de atenuar o sofrimento da família. Após quatro dias de julgamento, a Justiça estabeleceu pena de 98 anos e dez meses de prisão pela morte de Eloá e por outros 11 delitos dos quais ele era acusado.

— Eu sei que ele vai pagar um pouco pelo que fez. Espero que, quando sair de lá, não faça mais essas coisas. Mas a condenação não melhora nada, não. A dor de perder um filho é muito grande. Não tem reparação. Eu perdi minha mãe e meu pai, mas não foi igual a perder minha filha. É diferente.

A mãe de Eloá garante não ter mágoas de Lindemberg. Emocionada, relembra o quanto ficou abalada ao descobriu que a adolescente havia sido agredida pelo ex-namorado durante o sequestro.

— Rancor, rancor, não tenho no meu coração. Eu tenho é tristeza pelo que ele fez com minha filha, porque ela não merecia. Outra coisa que me deixou muito triste foi que Eloá estava cheia de hematomas. E isso acabou comigo.

Sem remorso

Ficar frente a frente com Lindemberg durante o julgamento, em fevereiro, foi um momento difícil para Ana Cristina. Na avaliação dela, o rapaz não demonstrou arrependimento pela morte de Eloá.

— Ele não mudou em nada. Olhou para mim e para meus filhos (Ronikson e Douglas) como se não tivesse feito nada. A única coisa que achei sincera nele foi quando falou que atirou na Eloá.

A recepcionista conta que está tentado reconstruir a vida após a tragédia. Além da perda de Eloá, Ana Cristina se viu sem o marido, Everaldo Pereira dos Santos. Durante anos, Santos manteve sua verdadeira identidade em sigilo e, para a família, ele se chamava Aldo José da Silva.

Durante o sequestro de Eloá, diante da repercussão do caso, a imagem dele circulou pelo Pais. Foi quando veio à tona que era fugitivo da Justiça de Alagoas desde 1993.

— Eu era muito feliz. Com meus filhos e meu marido. A gente era uma família maravilhosa. De repente, caiu tudo. Eu estou com meus filhos, mas estou longe do meu marido e sem a minha filha.

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